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Washington quer paz e não confronto com Pyongyang

O secretário de estado norte-americano reagiu depois de Pyonyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.
1 Janeiro 2020, 17h07

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, referiu que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyonyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.

“Precisamos de saber o que Kim [Jong-un]disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA.

Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang.

“Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou.

De acordo com a KCNA, o líder norte-coreano anunciou o fim da moratória sobre os ensaios nucleares e sobre os ensaios de mísseis balísticos intercontinentais.

“Não temos qualquer motivo para continuar ligados unilateralmente a este compromisso”, indicou a KCNA num texto recebido em Seul, numa referência às declarações de Kim Jong-un perante responsáveis do partido no poder.

“O mundo vai descobrir num futuro próximo uma nova arma estratégica que a Coreia do Norte possui”, acrescentou.

Em 2018, Kim tinha declarado que a Coreia do Norte não necessitava de ensaios nucleares e de ensaios de mísseis balísticos intercontinentais.

Estas declarações parecem contrariar a diplomacia nuclear dos dois últimos anos, com o Presidente norte-americano, Donald Trump, a evocar regularmente “a promessa” do líder norte-coreano.

No entanto, as conversações entre os dois países estão num aparente impasse, após o falhanço da cimeira Kim-Trump em fevereiro, em Hanói, que terminou sem um comunicado final conjunto.

Perante o comité central do Partido dos Trabalhadores, Kim indicou claramente que a Coreia do Norte está preparada para continuar a ser alvo de sanções internacionais para preservar a capacidade nuclear.

“Os Estados Unidos formulam exigências contrárias aos interesses fundamentais do nosso Estado e adotam um comportamento criminoso”, disse, citado pela KCNA.

Washington “promoveu dezenas de exercícios militares conjuntos [com a Coreia do Sul] que o Presidente [Donald Trump] prometeu suspender”, enviou para o Sul equipamento militar de alta tecnologia e reforçou as sanções contra o Norte, acrescentou Kim Jong-un, citado pela KCNA.

“Jamais venderemos a nossa dignidade”, assegurou, antes de prometer uma “ação de forte impacto para fazer pagar [aos Estados Unidos] o preço da dor infligida ao povo” norte-coreano.

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