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Mais que uma rede médica

As redes complementares e/ou de bem-estar são o instrumento utilizado na oferta de seguros de saúde para garantir a acessibilidade a produtos e serviços de prevenção e auto-estima que não estão incluídos nas coberturas standard financiadas pela grande maioria dos seguros de saúde. Um produto de saúde para ser completo deverá ir para além de […]
2 Novembro 2014, 00h25

As redes complementares e/ou de bem-estar são o instrumento utilizado na oferta de seguros de saúde para garantir a acessibilidade a produtos e serviços de prevenção e auto-estima que não estão incluídos nas coberturas standard financiadas pela grande maioria dos seguros de saúde.

Um produto de saúde para ser completo deverá ir para além de uma rede médica que permite o tratamento da doença, deve também incluir a acessibilidade a serviços de prevenção no seu sentido mais abrangente.

Prevenção significa ir a montante, à origem de uma patologia, e procurar resolver e/ou mitigar os fatores de risco geradores da mesma. Prevenção implica a adoção de um conjunto de medidas que permitem a redução do risco de vir a ter uma determinada patologia.

Segundo o Institute for Work and Health existem três tipos de prevenção:

A Prevenção de Nível I, cuja população alvo são as pessoas saudáveis. O objectivo deste tipo de prevenção é o de proteger as pessoas saudáveis de desenvolver ou de sofrerem uma lesão. Os tipos de iniciativas mais comuns são:

  • Educação sobre nutrição, importância do exercício físico regular e os perigos associados ao tabaco, álcool e outras drogas;
  • Exames regulares e testes de triagem para controlar os fatores de risco de doença, bem como a imunização contra doenças infeciosas;
  • Controlo de potenciais perigos associados à casa e ao trabalho;
  • Iniciativas de fortalecimento do bem-estar e da auto-estima.

A Prevenção de Nível II, cuja população alvo são os doentes e/ou individuo cujos fatores de risco já foram diagnosticados. O objetivo desta tipologia de prevenção é o de deter ou retardar o processo de doença (se possível) logo nas fases iniciais. Nos casos de lesão, o objetivo é o de controlar e/ou limitar a incapacidade a médio /longo prazo. Os tipos de iniciativas mais comuns relacionadas com este tipo de prevenção, são:

  • Monitorização e acompanhamento da prescrição (exemplo: ajudar as pessoas a tomar diariamente uma dose baixa de aspirina para prevenir um primeiro ou segundo ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral);
  • Recomendação de exames regulares e testes de triagem em pessoas com fatores de risco conhecidos para a doença;
  • Recomendação de realização de tratamentos regulares preventivos para épocas onde determinadas doenças cronicas têm maior prevalência;
  • Redefinição das funções de um trabalhador e/ou do meio de trabalho envolvente face às suas limitações físicas.

E finalmente, a Prevenção de Nível 3, cuja população alvo são os doentes com problemas de saúde mais complexos de médio longo prazo (diabetes, doenças cardíacas, ou cancro). O objetivo desta tipologia de prevenção é o de minimizar a deterioração física e maximizar a qualidade de vida. Os tipos de iniciativas mais comuns são:

  • Integração em programas de reabilitação (exemplo: reabilitação cardíaca ou reabilitação pós acidente vascular cerebral)
  • Integração em programas de gestão de dor ou de doença crónica;
  • Integração em grupos de apoio aos doentes.

Em Portugal, no setor segurador, ao nível dos produtos de acidentes e doença já se deram os primeiros passos na ativação de serviços relacionados com a prevenção, mas ainda existe um espaço importante de progressão que implica também o envolvimento inequívoco do Utente como promotor e elemento, em primeira mão, responsável pela sua própria saúde.

 

Ester Leotte

Diretora de Clientes e Comunicação da AdvanceCare

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