O banco espanhol Abanca está à frente na corrida pela compra do Novo Banco em Espanha, sendo que o Andbank também surge como favorito para ficar com o negocio de banca privada e digital, avança esta quarta-feira o jornal “Cínco Dias“. O Haitong Bank também está nas negociações e era o que tinha apresentado a melhor proposta inicialmente.
Mas agora o jornal espanhol avança que o Abanca poderá adicionar uma nova integração ao seu perímetro de consolidação, já que se terá tornado a opção preferida para ficar com a sucursal espanhola do Novo Banco, cujo processo de venda está aberto há vários meses, e que está agora a chegar à reta final.
O Jornal Económico tentou confirmar a notícia, mas não obteve confirmação que o Abanca estaria em melhor posição nas negociações. Sabe apenas que o CEO do Novo Banco iria esta semana a Espanha por causa do processo de venda da operação no país vizinho. O banco português tem tentado melhorar as ofertas iniciais, até porque as propostas em cima da mesa servirão de referencial para avaliar o ativo no balanço do banco português numa altura em que fecha as contas consolidadas de 2020. Aumentar imparidades para o Novo Banco Espanha (ativo que não diretamente sob alçada do Mecanismo de Capitalização Contingente – CCA) pode no limite, por via dos prejuízos e o seu impacto no rácio de capital, agravar os prejuízos que o banco se prepara para apresentar. O contrário também é verdade. Ou seja, se as propostas ficarem acima do valor atual do balanço, pode levar à libertação de imparidades e assim reduzir os prejuízos de 2020.
O jornal espanhol “Cínco Dias” avança que o acordo de venda do Novo Banco Espanha está próximo e que o grupo comandado por Juan Carlos Escotet ganha pontos.
Até há poucas semanas, o principal candidato era o grupo chinês Haitong Bank, diz o “Cínco Dias”, que invoca que a sua origem chinesa “não convence bem os supervisores”, apesar de já estar em Portugal. O jornal diz que o grupo Haitong, em 2017, tentou comprar a gestora de ativos Tressis em Espanha, mas a tentativa falhou.
Também sediado em Lisboa, o Haitong Bank já conhece o Novo Banco, uma vez que era o banco de investimento do grupo BES e em 2015 ficou com a parte da atividade ligada ao mercado de capitais do banco.
O Abanca, por seu lado, tem já a seu favor experiência em várias integrações desde que Juan Carlos Escotet entrou no mercado espanhol em 2014 com a compra em leilão da Novacaixagalicia.
O Abanca fechou recentemente a compra do Bankoa e a compra do Banco Caixa Geral em Espanha. Em Portugal comprou a sucursal do Deutsche Bank Portugal.
O Abanca tentou também comprar em Espanha o Liberbank, mas não conseguiu.
O Andbank, que também realizou várias compras no último ano, é mais uma das candidatas querer comprar ativos da sucursal do banco português, mas apenas está na corrida para parte do negócio, nomeadamente a banca digital e a banca privada.
Na corrida está ainda a Eurocaja Rural.
O “Cínco Dias” cita a informação divulgada pelo Deutsche Bank, banco de investimento contratado pelo Novo Banco para o assessorar na venda da sucursal espanhola, que revela que o Novo Banco Espanha detém 1.600 milhões de euros em créditos e 1.900 milhões de euros depósitos, concedidos a 24.700 clientes através de uma rede de 10 balcões com 180 colaboradores. Dos clientes, 640 são de banca privada (private banking) – com ativos de mais de um milhão. Depois há 5.900 clientes de banca de particulares com entre 150 mil euros e um milhão de euros. O resto é essencialmente banca de empresas (PME).
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com