O engenheiro Graciano Borges afirmou esta quinta-feira que Cabo Verde quer aproveitar as oportunidades para criar um hub tecnológico no Atlântico Médio, realçando que a instalação do cabo “EllaLink” irá ajudar na promoção do desenvolvimento económico e tecnológico do país.
Graciano Borges fez estas afirmações em declarações à imprensa, à margem da cerimónia de amarração do Cabo Submarino “EllaLink”, realizada, na praia do Portinho, em Achada Grande Trás, avançando que a ativação do sistema poderá acontecer em finais de Junho deste ano.
Segundo informou, o cabo “EllaLink” atende as características mais elevadas da indústria das telecomunicações submarinas e é composto por quatro pares de fibra, salientando que nesta primeira fase, os países interconectados são Portugal (Funchal, na ilha da Madeira), Cabo Verde (praia de Portinho) e Brasil (Fortaleza).
Posteriormente, avançou, serão abarcados outros países da sub-região africana, como a Mauritânia, Marrocos seguidamente Canárias e Brasil, referindo que com este projecto será possível reduzir em quase 50% a latência.
“Este cabo terá uma capacidade inicial de 30 terra bites e a CV Telecom, nesta primeira fase, terá uma capacidade de 400 gigabits para a Europa e 200 para o Brasil, sendo certo que essas capacidades com o desenvolvimento e a demanda do mercado, poderão atingir 12 terabytes de capacidade de tráfego”, realçou, sublinhando que esta é uma oportunidade única de Cabo Verde vender capacidade e trazer todo o tráfego da região africana para encaminhar para os continentes europeu e americano.
Informou, por outro lado, a construção da estação terminal dos cabos submarinos e que futuramente serão instalados outros cabos submarinos na Praia de Portinho, reiterando que o cabo “EllaLink” irá permitir alargar a capacidade de comunicação do país com o mundo.
Graciano Borges realçou que Cabo Verde quer aproveitar as oportunidades para criar um hub tecnológico no Atlântico Médio, reforçando que a CV Telecom enquanto operadora de telecomunicações quer igualmente tirar proveito das oportunidades para fazer negócio.
“Já temos acordo de pré-venda, portanto, há países aqui da nossa sub-região que estão dependentes do único fornecedor deste tipo de serviços e já vendemos a capacidade ao Senegal. A nossa pretensão é não se limitar apenas ao Senegal porque há toda a região oeste africana, que mesmo não tendo praias fronteiras marítimas poderão associar-se ao Senegal e vir a Cabo Verde e chegar à Europa”, referiu, apontando que o projeto do cabo “EllaLink” em Cabo Verde está orçado em 175 milhões de dólares.
O Sistema “EllaLink” é um cabo submarino de fibra ótica de última geração, projetado para atender à demanda de tráfego entre a Europa e a América Latina, com possibilidade de inclusão do tráfego da região da CEDEAO, a partir de Cabo Verde.
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