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Comentário | BCE revê em alta projeções para o PIB e inflação

O optimismo esteve hoje presente na reunião do Banco Central Europeu, mas de forma moderada.
2 Junho 2016, 19h15

Na conferência que se seguiu à reunião do Banco Central Europeu, o presidente do BCE, Mario Draghi, assumiu um tom dovish, porém o teor do seu discurso foi hawkish, na medida em que as projecções para o PIB e inflação para 2016 foram revistas em alta. Draghi mostrou-se positivo, mas de forma contida, prova disso mesmo é o facto de a instituição ter mantido tudo inalterado no que respeita a 2017 e 2018. Mario Draghi tocou ainda em três pontos fundamentais durante o seu discurso: inflação, taxas de juro e riscos da zona euro.

Em relação à inflação, Mario Draghi deixou bem claro que qualquer que fosse a posição tomada em relação à revisão dos valores perspectivados, esta seria sempre prejudicial para a credibilidade e identidade do banco central. Manifestou a sua intenção de alcançar esses valores -pouco menos de 2% – e reforçou o esforço que tem de ser feito até que as medidas impostas no passado se reflictam nos objectivos do BCE. Em todo o caso, se o plano A não funcionar, Draghi não descartou a possibilidade de vir a implementar novas medidas de estímulo à economia.

No respeitante às taxas de juro, continuam no seu mínimo recorde de 0%, enquanto as taxas de depósito estão abaixo dos 0,4%, o que leva a que os bancos comerciais ainda tenham que pagar para estacionar fundos no BCE. O programa de compra de activos vai entrar em acção no dia 8 de junho e vai efectuar a sua primeira operação, em relação aos empréstimos, no dia 22 de Junho.

A nível dos riscos existentes que estão a atrasar o desenvolvimento da zona euro, o presidente do BCE salientou a situação do Reino Unido, por decidir no dia 23 de Junho, após os resultados do referendo, sendo que os eleitores devem considerar a continuidade com o grupo na medida em que ambos beneficiam da união. Draghi mostrou-se, no entanto, preparado para qualquer que seja o resultado eleitoral.

Uma última nota para o facto de Mario Draghi considerar provável a recuperação económica da zona do euro no próximo trimestre, embora a um ritmo mais lento do que nos primeiros três meses do ano.

Por António Duarte, gestor da XTB Portugal 

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