Governo alemão nega plano de resgate ao Deutsche Bank

O jornal alemão Die Zeit afirma hoje que o executivo, juntamente com os reguladores alemão e europeu, estariam a trabalhar num plano de contingência para o Deutsche Bank caso as multas norte-americanas colocassem o banco em risco. Uma notícia que já valeu a reacção do governo de Angela Merkel, que nega a existência desse plano. “A notícia é falsa. O governo federal não está a preparar qualquer plano de resgate. Não há motivo para tal especulação e o banco já havia dito isso claramente,” afirmou a porta-voz em comunicado.

De acordo com a publicação alemã, o plano previa a possibilidade do Deutsche Bank vender ativos, tal como aconteceu já hoje, com a venda da sua unidade de seguros no Reino Unido, a Abbey Life Assurance, ao Phoenix Group Holdings, por cerca de mil milhões de euros.

Mas em caso de emergência, o Governo alemão poderia mesmo vir a entrar no capital do banco, através da compra de uma posição directa de 25% do capital,segundo mesmo jornal. Uma solução polémica dadas as novas regras para a banca europeia que impõem perdas aos credores e obrigacionistas (‘bail-in’) em vez do resgate por parte dos governos europeus (‘bailout’), e que foram em larga medida impostas pelo próprio governo alemão em relação aos restantes países do bloco.

“Este plano é altamente secreto, apenas cerca de meia dúzia de altos responsáveis em Berlim, Frankfurt e Bruxelas têm conhecimento. Eles estão a preparar-se para uma eventualidade que iria abalar o país e que, há apenas algumas semanas, seria totalmente impensável: a destabilização do Deutsche Bank”, adianta a mesma publicação.

A justiça norte-americana exigiu recentemente 14 mil milhões de dólares (cerca de 12,5 mil milhões de euros) para arquivar acusações relacionadas com a venda fraudulenta de produtos relacionados com o subprime. Num memorando interno, o banco afirmava ontem a sua solidez e garantia que não iria pagar “nada perto desse valor”, que equivale à capitalização bolsista do banco. As acções seguem a ganhar mais de 2%.