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DBRS alerta que Portugal está preso num “ciclo vicioso”

A economia portuguesa está presa num “ciclo vicioso” de dívida, baixo crescimento e de reformas económicas consecutivamente adiadas, alerta a agência canadiana em declarações ao “Financial Times”.
6 Outubro 2016, 11h04

A economia portuguesa está presa num “ciclo vicioso” de dívida, baixo crescimento e de reformas económicas consecutivamente adiadas, alerta a agência canadiana em declarações ao “Financial Times”.
O economista chefe da DBRS, Fergus McCormick, nota que o crescimento da economia nacional desacelerou e que as yields das obrigações soberanas têm vindo a subir, o que coloca “pressão para a revisão em baixa” do rating da República. A DBRS revê o rating do país a 21 de outubro, uma semana depois da apresentação do Orçamento do Estado.
Recorde-se que a agência canadiana é a única a colocar a notação de Portugal acima do nível de “lixo”. Uma revisão em baixa do rating por parte desta agência torna os títulos do Tesouro nacional não elegíveis para compra por parte do Banco Central Europeu, o que iria aumentar os custos de financiamento do país e dos bancos nacionais.
“Eles estão realmente num círculo vicioso, bloqueados pelo baixo crescimento da economia e têm grandes problemas estruturais”, afirma McCormick ao “Financial Times”. Adiantando que “existem dois factores negativos e um positivo” para o ‘outlook’ do país. A agência espera que o governo de António Costa comece a resolver o problema do défice e que avance com reformas económicas para aumentar o crescimento e a produtividade. “Não estamos a entrar em pânico. Temos uma tendência estável mas estou realmente preocupado para as perspectivas a médio-prazo para Portugal”, adianta o responsável da agência.
Fergus McCormick salienta ainda que existem problemas no sistema bancário que continuam por resolver, e que Portugal ainda não embarcou num plano estruturado para livrar os bancos nacionais do malparado.
“O mercado baniu as obrigações portuguesas”, afirmou Marc Chandler, da Brown Brothers Harriman, lembrando que os bancos nacionais são grandes detentores destes títulos: “O link entre a banca e o risco soberano não foi quebrado”.
Yvan  Mamalet, da Société Générale, diz mesmo que “a única forma de aliviar as tensões e voltar a ter acesso à liquidez do BCE e ao programa de ‘quantitative easing’ é Portugal pedir um segundo resgate”.
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