“Porque iríamos querer o governo chinês a comprar empresas nos EUA?”
Os políticos norte-americanos devem agir para impedir estatais chinesas de adquirirem companhias dos EUA, referiu a ‘Comissão de Revisão Económica e de Segurança Estados Unidos-China’, num relatório anual ao Congresso, informa a Reuters.
No documento, a comissão diz que o Partido Comunista Chinês estaria a usar empresas públicas como um meio para avançar e alcançar objetivos de segurança nacional.
O relatório recomenda ao Congresso proibir aquisições de companhias norte-americanas por empresas públicas chinesas, através da mudança no mandato do Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), órgão do governo que conduz análises de aquisições propostas por grupos estrangeiros.
“A comissão recomenda que o Congresso faça uma emenda no estatuto que autoriza o (CFIUS) a barrar empresas públicas chinesas de comprar ou adquirir o controlo efetivo de companhias norte-americanas”, afirma o relatório.
O comité, liderado pelo Tesouro e por representantes de oito outros departamentos, incluindo o de Defesa, Estado e Segurança Interna, tem o poder de vetar aquisições por parte de estrangeiros, se julgar que o acordo apresenta qualquer ameaça à segurança nacional ou à infraestrutura do país.
Para o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang, o relatório “mais uma vez revela os estereótipos e preconceitos da comissão”. E acrescentou: “Nós pedimos que as empresas chinesas que investem no exterior cumpram as leis locais e regulações, e esperamos que países relevantes criem um ambiente de nível”, disse, citado pela Reuters.
O presidente da comissão, Dennis Shea, ressalvou durante uma conferência de imprensa que as empresas públicas chinesas são “braços” do governo. “Não queremos o governo norte-americano a comprar empresas nos Estados Unidos, porque iríamos querer o governo comunista chinês a comprar empresas nos EUA?”, questionou.
Os EUA atraíram um recorde de 64,5 mil milhões de dólares em acordos envolvendo a China neste ano, mais que qualquer outro país em que os chineses atuam, de acordo com dados da Thomson Reuters.
