Sob o tema da diversidade e inclusão, a empresa de capital de risco First Round Capital, sediada em São Francisco, realizou um estudo ao qual intitulou de ‘State of Startups 2016’ (Estado de Startups 2016).
Para tal, a empresa perguntou a mais de 700 fundadores quais as características das suas empresas, incluíndo diversas questões sobre o problema da diversidade difundida em tecnologia. 83% dos entrevistados são do sexo masculino e 63% das empresas são compostas “sobretudo por homens”.
Foi-lhes perguntado se tinham uma estratégia para promover a diversidade e inclusão na empresa ao que, de acordo com o relatório, 54% respondeu que a sua estratégia era informal, 23% referiu não ter qualquer estratégia ou planos para criar a mesma, e 9% planeiam adotar uma. Já 14% afirmou possuir planos ou políticas formais para promover a diversidade e a inclusão.
O questionário decorreu entre o mês de agosto e setembro, não se limitando apenas às empresas de primeira rodada.
Nos últimos anos, grandes empresas tecnológicas, como a Microsoft, a Google, a Apple, o Facebook e a Intel, começaram a divulgar, de forma regular, relatórios de diversidade e lançaram diversas iniciativas e parcerias com vista a aumentar o número de mulheres e pessoas de cor nas suas funções.
A Microsoft referiu, em novembro, que vincularia objetivos de diversidade a compensações executivas e a Intel fala cada vez mais sobre como irá melhorar o seu número de mulheres na empresa.
Está, também, inserido no relatório que 50% da proporção de homens e mulheres empregados era fortemente ponderada em relação aos homens, enquanto que 31% disse que a sua proporção rondava os 50/50. Já 61% respondeu que os seus quadros (diretivos e administrativos) são completamente masculinos.
Quanto à visão longa, a maioria respondeu que vão ser precisos 14 anos para que a indústria tecnológica se torne mais ampla, de forma a chegar ao mesmo sexo e “maquilhagem étnica”, que existe nos Estados Unidos.
Nada disso surpreende, tendo em conta o que se sabe sobre a diversidade em startups tecnológicas. A parte mais esclarecedora do relatório diz respeito à perspetiva masculina sobre a razão pela qual existe um problema de diversidade. 49% dos homens, o que significa a maioria, afirma não haver mulheres ou minorias (pessoas de cor e etnias diferentes) suficientes na tecnologia, porque simplesmente escolhem não entrar para essa área.
A maioria das mulheres vincularam o problema à falta de modelos e fatores, como a tendência inconsciente durante a contratação e as promoções.
Já um número bastante inferior dos entrevistados acredita que o racismo, a falta de apoio da indústria ou os preconceitos inconscientes são os verdadeiros culpados.
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