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#Portugexit: PCP vai fazer campanha pela saída do país da UE em março

Comité Central nega que a iniciativa vise aproveitar a onda anti-Europa, expressa pelo referendo de 23 de junho no Reino Unido que conduziu ao Brexit.
4 Janeiro 2017, 12h26

O Partido Comunista está a preparar uma campanha a favor da saída de Portugal da zona euro e a renegociação da dívida. A iniciativa prevê a distribuição de folhetos, outdoors, cartazes e sessões nas empresas e universidades de norte e sul do país.

Ao Público, Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central, diz que ainda não há uma data formal para o início da campanha mas que a ideia é começar agora em janeiro os preparativos para os próximos meses.

Vasco Cardoso afirma ao jornal que em fevereiro será publicado um texto coletivo com a sistematização da posição comunista sobre a “renegociação da dívida, a preparação para a saída do euro e a recuperação do controlo público da banca”, bem como uma análise ao cenário atual do país.

Em março e abril, a expetativa é iniciar as sessões de debate em várias empresas e universidade, “privilegiando o meio académico dos cursos de economia, gestão e relações internacionais”. Nesta altura chegaram também às ruas várias mensagens em outdoors e em folhetos dados em mão ou colocados em postes.

Nos dois meses seguintes, Vasco Cardoso quer realizar algumas manifestações nas ruas ou comícios de maiores dimensões para dar a conhecer a iniciativa comunista. Será também em maio e junho que entrará em vigor a dimensão mais formal da campanha, com a apresentação de iniciativas legislativas na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.

“O PCP vai insistir na necessidade da realização de uma conferência intergovernamental sobre a renegociação da dívida pública e na consignação, no orçamento europeu, de uma compensação para os Estados-membros que queiram sair do euro por comprovadamente a moeda única lhes ter trazido consequências negativas”, salienta Vasco Cardoso ao Público.

A campanha, semelhante a uma verdadeira campanha eleitoral, foi anunciada depois da análise do Comité Central às conclusões do XX Congresso do partido em Almada. O Comité esclarece, no entanto, que esta estratégia não tem em vista aproveitar a onda anti-Europa, expressa pelo referendo de 23 de junho no Reino Unido que conduziu ao Brexit.

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