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“TAP não pode continuar a fazer adiantamentos à Groundforce sem garantias firmes”, diz Pedro Nuno Santos

O ministro disse hoje que a TAP já fez um total de 12,3 milhões de euros em adiantamentos à Groundforce e que não pode continuar a fazer estas transferências sem ter mais garantias de que vai receber o dinheiro de volta por parte do acionista privado da companhia.
Cristina Bernardo
4 Março 2021, 22h37

O Governo defendeu hoje que a TAP não pode continuar a fazer adiantamentos de dinheiro à Groundforce sem ter “garantias firmes” de que o valor vai ser devolvido na sua totalidade.

“A TAP está numa situação de grande dificuldade, a negociar o plano de reestruturação com Bruxelas. Não pode continuar a fazer adiantamentos sem garantias firmes”, disse o ministro das Infraestruturas na noite desta quinta-feira em conferência de imprensa.

“A TAP exigiu como garantia ações do acionista privado Groundforce e tinha exigido o pagamento da dívida até 15 de março. Se não fosse pago, a TAP pode executar. O acionista não aceitou e exigiu que só pudesse ser executada depois de o empréstimo chegar à empresa. Aceitamos a exigência”, afirmou Pedro Nuno Santos.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, com o grupo TAP a deter 49,9%, com a companhia aérea a ser detida em 72% pelo Estado português.

A empresa vive uma situação financeira frágil, e os 2.400 trabalhadores ainda não receberam os seus salários de fevereiro. Os trabalhadores têm realizado várias ações de protesto esta semana, e para amanhã está marcada uma manifestação à porta do ministro das Infraestruturas em Lisboa a partir das 11h30.

Em relação às acusações por parte do acionista privado que o Governo tem a intenção de nacionalizar a TAP, o ministro rejeitou essa possibilidade. “Não queremos ficar com a Groundforce. A TAP não pode manter a posição na empresa de handling. Não está em causa querer nacionalizar a companhia”.

O ministro adiantou que a Groundforce já está a dever 12,3 milhões de euros à TAP e que a companhia aérea não pode correr riscos, pois ela própria encontra-se numa situação de “grande dificuldade” e a negociar um plano de reestruturação com Bruxelas”.

“A TAP tem feito um grande esforço para apoiar a Groundforce, e tem a haver 12,3 milhões de euros de adiantamentos por serviços prestados e não prestados para apoiar a empresa de forma a poder pagar salários. Era impossível a TAP continuar a exportar para a Groundforce sem exigir garantias que protegessem a TAP”, afirmou hoje o ministro em conferência de imprensa no ministério das Infraestruturas em Lisboa.

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