Portugal leiloa até 1.250 milhões de euros em obrigações na quarta-feira
A agência de gestão de dívida pública portuguesa, o IGCP, anunciou esta sexta-feira que vai realizar dois leilões de obrigações do Tesouro (OT) na próxima quarta-feira, dia 8 de março. O leilão de OT tem um montante indicativo global entre mil milhões e 1,250 milhões de euros, com maturidades em 15 de junho de 2020 e em 21 de julho de 2026.
Este será o terceiro leilão do ano, depois de, em fevereiro, o Tesouro ter realizado um leilão de dívida pública, em que emitiu 250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses e mil milhões em dívida a 11 meses. As taxas a descerem nesse leilão, enquanto a procura foi mais alta do que em leilões anteriores.
Estes leilões acontecem numa altura em que a yield das obrigações benchmark, ou seja a 10 anos e que é vista como indicador do risco soberano, negoceia perto dos 3,95%. Depois de mais de um mês a negociar acima dos 4%, o que era visto por muitos analistas como uma ‘linha vermelha’ para a dívida nacional, a yield desceu dessa barreira.
Apesar disso, a aceleração da inflação da zona euro, que ultrapassou em janeiro a meta do Banco Central Europeu (BCE), pode pesar nas taxas de juro das dívidas soberanas. Com uma taxa de inflação nos 2%, o BCE pode vir a ajustar o programa de estímulos do banco central mais cedo do que o esperado.
O valor da compra de ativos diminui para 60 mil milhões de euros mensais depois deste mês, sendo que o objetivo é que o programa dure até final do ano, ou até que a inflação da zona euro ficasse próxima da meta. A aceleração dos preços intensifica, assim, as pressões para que Mario Draghi inverta a política monetária e comece a subir as taxas de juro.
Por outro lado, há receios que o banco central possa estar a atingir os limites estipulados para a compra de dívida nacional em certas maturidades, um limite de 33% para cada linha. A conjuntura internacional, marcada por incerteza política, também está a causar nervosismo nos mercados.
[Notícia atualizada às 13h30]
