O presidente da Câmara Municipal do Funchal disse esta manhã que podemos ter uma nova cidade sem construir um único piso a mais. Isto porque, referiu Paulo Cafôfo, existem espaços esquecidos na cidade do Funchal em relação aos quais afirma parecer haver mesmo uma amnésia.
O edil falava na abertura da conferência “Urbanismo à Luz do Desenvolvimento e da Sustentabilidade”, organizada pelo Centro de Estudos Judiciários e pela Ordem dos Advogados, em parceria com a Câmara Municipal do Funchal.
Apesar de tudo, Paulo Cafôfo sublinhou que existem já mais de 60 edifícios recuperados na capital da ilha da Madeira. Mas diz que não podemos ficar apenas pela área de reabilitação urbana e pelos incentivos que a CMF dá a quem queira recuperar.
Lembrou que nos últimos anos temos tido na Região, particularmente no Funchal, uma alteração na componente do urbanismo da própria cidade. “Temos uma cidade que foi modernizada mas nem sempre se desenvolveu e muito menos com sustentabilidade ambiental, do património edificado, e sustentabilidade económica e social” referiu. Daí ter afirmado que o tem sido feito no município tem sido olhar para a questão da cidade “nestes desentendimentos urbanísticos que existiram”.
O presidente do município disse que, “curiosamente, temos uma cidade construída ao contrário. Nos primórdios, a cidade foi construída com as suas fortificações, porque fazia sentido proteger do mar, mas o perigo está a montante. E a cidade foi crescendo de uma forma desorganizada e foi-se despovoando no centro”. Por isso, afirmou que “é esta inversão que é necessário fazer-se, de reduzir-se o perímetro urbano”. Uma questão que sublinhou estar patente na proposta da autarquia de da revisão do Plano Director Municipal. “Vamos reduzir 14% do perímetro urbano e vamos tentar repovoar e reabilitar e dinamizar o centro para que possa ser habitado, ter atividade comercial e que possa ser vivo. As cidades são como um organismo. Tem diversos órgãos e temos de fazer a cura do que tem sido o processo de declínio nos últimos anos”, complementou.
O presidente disse que a edilidade tem uma estratégia bem delineada mas sublinhou que esta inversão não se pode fazer somente com as entidades públicas.”Precisamos de parceiros e da participação e envolvimento de todos”, acrescentou.
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