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Secretário-geral do CDS-Madeira demite-se

O Secretário-Geral do CDS-Madeira, Lino Abreu, demitiu-se do cargo, na sequência de um processo judicial relacionado com as suas atividades profissionais, do qual resultou a condenação daquele político.
15 Março 2017, 13h29

Lino Abreu, que também é deputado regional, foi o braço-direito do CDS madeirense durante grande parte da longa liderança de José Manuel Rodrigues, tendo sido reeleito para o cargo depois de Lopes da Fonseca ter ascendido à presidência do partido.

Uma nota de imprensa do CDS madeirense confirmou a demissão de Abreu, dando a conhecer a missiva por este enviada ao líder dos centristas. Nessa carta o demissionário Secretário-geral recorda que no início deste ano, em de janeiro de 2017, teria manifestado à Comissão Política Regional do CDS-PP madeirense, a vontade para abandonar o cargo de Secretário-Geral do Partido.

“Nesse dia, informei a Comissão Política de que iria iniciar os procedimentos adequados para deixar a Secretaria-Geral preparada, de maneira a poder prosseguir o seu trabalho num ambiente de tranquilidade e sem nenhuma perturbação de ordem interna”, sublinha a missiva de demissão.

Depois de referir que ao longo da sua vida, pautou o exercício dos diferentes cargos ocupados “pelo empenho total, dedicação e trabalho”, o agora demissionário secretário-geral refere: “O CDS-PP Madeira não foi exceção, pelo contrário, sabendo eu do escrutínio permanente que é exercido – e bem – pelas populações em relação às questões políticas e partidárias, procurei manter sempre um postura de responsabilidade, transparência e rigor”.

Lino Abreu lembra ter servido como vereador, na Câmara Municipal do Funchal, também como deputado municipal na autarquia de Câmara de Lobos e como deputado na Assembleia Legislativa da Madeira “com total abnegação, sem nunca exigir nada em troca”.

“Aprendi com o tempo que a vida não é uma linha contínua. É antes feita de altos e baixos, de decisões e indecisões, de justiça e injustiças. Tenho a certeza da minha finitude e por isso, como qualquer mortal, errei algumas vezes, mas, perdoem-me a imodéstia, tenho plena consciência de que acertei muito mais vezes do que me enganei”, escreve o deputado centrista. Lino Abreu recusa refugiar-se “em desculpas esfarrapadas quando as coisas correm de forma diferente, nem mesmo quando me sinto injustiçado, até porque, e por princípio, acredito na tolerância e no bem”.

O deputado bem como o administrador de insolvência, Ruben Freitas, e o agente leiloeiro Adelino Gonçalves, foram condenados pela Instância Central da Comarca da Madeira a 2 anos e 6 meses de pena de prisão efetiva, pela prática do crime de corrupção passiva para ato ilícito. Na origem do processo estiveram factos ocorridos em 2003 envolvendo a venda de bens da insolvente fábrica de conservas ‘Faconser’, tendo os três arguidos sido acusados de ter recebido, cada um deles, 4 mil euros num esquema combinado para vender a baixo preço parte dos bens patrimoniais daquela empresa.

Já este ano o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou uma reclamação do deputado Lino Abreu e do administrador de insolvências Ruben Freitas mantendo a decisão de dezembro do ano passado que confirmou a condenação de ambos a dois anos e meio de prisão (com pena suspensa) pelo crime de corrupção na venda dos bens da antiga fábrica Faconser.

A demissão de Lino Abreu deverá constituir um golpe significativo no funcionamento da estrutura partidária dos centristas regionais, dado que ria, dado que o CDS-Madeira tem evidenciado uma intensa atividade política, quase diária, no quadro da preparação do processo eleitoral das autárquicas.

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