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Partidos saúdam Marcelo pelo segundo mandato mas apontam “omissões” na lista de prioridades

Após a cerimónia de tomada de posse, os partidos felicitaram Marcelo Rebelo de Sousa pelo segundo mandato e aproveitaram para deixar alguns apelos. Enquanto à direita se multiplicaram os elogios ao novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, com algumas críticas do Chega, à esquerda se pediu uma “intervenção mais ativa” no que toca aos problemas sociais e ambientais.
Mário Cruz / Lusa
9 Março 2021, 13h38

Os partidos saudaram esta terça-feira a tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa para um segundo mandato enquanto Presidente da República, mas apontaram algumas “omissões” no discurso solene. À direita, multiplicaram-se os elogios ao novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, com algumas críticas do Chega, enquanto à esquerda se pediu uma “intervenção mais ativa” no que toca aos problemas sociais e ambientais.

À saída da cerimónia de tomada de posse do Presidente da República, a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, desejou “sucesso” a Marcelo Rebelo de Sousa e assinalou que concorda com as prioridades que mencionou, nomeadamente o reforço da democracia sem ceder “a respostas fáceis ou populistas”, a importância de reforçar o Serviço Nacional de Saúde para dar resposta à pandemia e a luta pela coesão social e territorial.

O líder parlamentar do PSD, Adão Silva, assumiu que o partido está “particularmente feliz” com o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, e desejou que esse seja “um mandato frutuoso”. Destacou ainda a “dimensão social do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa”, sublinhando além das dificuldades provocadas pela Covid-19 na área da saúde há “também pandemia social que a pandemia sanitária está a gerar”.

Também o CDS-PP, que a par com o PSD apoiou formalmente a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou o seu discurso “positivo, lúcido e oportuno”. O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, mostrou-se satisfeito com “o papel central” que o chefe de Estado terá nos próximos tempos “para desenvencilhar as dificuldades” que o país atravessa, e pela tónica que colocou nas questões económicas e sociais.

Já o Chega referiu-se ao discurso de tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como sendo “vazio”, “baseado em valores” e com poucas respostas aos problemas dos portugueses, e acusou o chefe de Estado e o Presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, de estarem coordenados para o atacar. Disse ainda que, se fizerem parte de um Governo, espera que Marcelo “honre o compromisso” e “trabalhe com todas as forças políticas”.

Esquerda não aplaude Marcelo e aponta “omissões” no discurso

À esquerda, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, destacou três aspetos “particularmente importantes” do discurso: a afirmação de que democracia portuguesa tem de ter em conta a diversidade da sua população, que a fragilidade do país “decorre da falta de investimento estrutural nos últimos anos” e que é preciso mais “politicas públicas para acorrer aos mais afetados pela pandemia”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mencionou que durante o discurso da tomada de posse, foram “omitidas” algumas questões relevantes que deveriam ser colocadas na agenda de Marcelo Rebelo de Sousa. “Um dos problemas tem sido a não efetivação [da Constituição]”, frisou, destacando a regionalização e a valorização dos trabalhadores, como dois aspetos que têm falhando e cuja importância no novo mandato não foi relevada.

Jerónimo de Sousa disse ainda que parte das respostas à pandemia da Covid-19 podem ser encontradas na Constituição e que o PCP (que não aplaudiu o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa), “não quer estabilidade por estabilidade” e destacou que, para haver estabilidade política, é fundamental que estejam asseguradas respostas aos problemas sociais com que os portugueses estão confrontados.

José Luís Ferreira, líder parlamentar do PEV, pediu também uma “intervenção mais ativa” de Marcelo Rebelo de Sousa no segundo mandato e um “olhar mais atento” às questões pobreza e desigualdade sociais e ambientais, disparidade de salários entre homens e mulheres.

Também o PAN criticou o Presidente da República por não ter apresentado nenhuma “preocupação significativa” contra a corrupção no discurso de posse. O deputado e porta-voz do PAN, André Silva, afirmou ainda que espera que o novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa fique marcado por um reforço das preocupações ambientais, que diz terem sido esquecidas durante estes cinco anos.

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