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BCE reduz compra de Obrigações portuguesas para valor mais baixo de sempre

Em dezembro, a instituição liderada por Mario Draghi tinha anunciado que o ritmo de compra de ativos da zona euro ia diminuir em abril.
Kai Pfaffenbach/Reuters
2 Maio 2017, 15h03

O Banco Central Europeu (BCE) diminuiu a compra de Obrigações do Tesouro (OT) português em abril para o valor mais baixo desde o início do programa de estímulos em março de 2015. No mês passado, o BCE adquiriu 526 milhões de euros de bonds portuguesas no Programa de Compra de Ativos do Setor Público (PSPP), de acordo com os dados divulgados esta terça-feira.

O valor compara com os 663 milhões de euros em obrigações adquiridas em março, mês em que a instituição liderada por Mario Draghi inverteu a tendência e aumentou a compra de OT nacionais. Com os valores de abril, o total de dívida pública portuguesa comprada pelo BCE ao longo do programa de estímulos sobe para 27,143 milhões de euros.

O mês em que o BCE comprou mais obrigações portuguesas foi em maio de 2016, quando o valor alcançou os 1.451 milhões de euros. O BCE tem vindo a diminuir o ritmo na compra de títulos de dívida nacionais depois de novembro, tendo março sido uma exceção.

O valor total das obrigações de países da zona euro compradas pelo banco central situou-se nos 1,535,527 mil milhões de euros, em abril.

A diminuição não é surpreendente já que o BCE reduziu em abril o total do valor da compra de ativos da zona euro para 60 mil milhões de euros mensais, face aos anteriores 80 mil milhões. O anúncio do corte do valor total das compras foi feito em simultâneo com o prolongamento do programa até dezembro, mais nove meses do que previsto anteriormente.

Draghi tem vindo a reiterar que a redução no ritmo de compra de ativos não significa o fim do programa, que irá prosseguir até ao fim do ano, “ou até mais tarde, se necessário, e, em qualquer caso, até que o Conselho do BCE considere que se verifica um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, compatível com o seu objetivo para a inflação”.

Assim, o tapering, ou seja o fim gradual dos estímulos à economia da zona euro, continua a ser uma das grandes incertezas neste momento no que diz respeito à política monetária. Depois da última reunião de política monetária, na semana passada, Draghi afirmou que o tapering não tinha ainda sido discutido.

No entanto, o governador governador do Banco Nacional da Áustria e membro do concelho de governadores do BCE, Ewald Nowotny defendeu esta terça-feira que atrasar a discussão para depois de junho poderá ter consequências negativas para a economia da moeda única.

A próxima reunião de política monetária do BCE vai acontecer no dia 8 de junho, sendo que os analistas consultados pela Reuters acreditam que o banco irá definir um plano de saída nessa altura, mas anunciá-lo apenas em setembro. No que diz respeito ao primeiro aumento da taxa de juro aplicável à facilidade de depósito, os analistas esperam que aconteça no terceiro trimestre de 2018.

[Notícia atualizada às 15h12]

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