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Petrolíferas investigadas pela falha de combustível na Portela

Galp, Repsol e BP abastecem de combustível os aviões no aeroporto da capital. Os sistemas principal e de emergência falharam em toda a linha.
12 Maio 2017, 06h20

As multinacionais petrolíferas BP, Repsol e a congénere portuguesa Galp vão ser investigadas sobre as causas que levaram à falha de combustível aos aviões das companhias aéreas na Portela, que gerou o caos no aeroporto da capital na passada quarta-feira, com efeitos que se prolongaram até ao final do dia de ontem. O Jornal Económico apurou que será a ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil, órgão regulador da aviação, que irá investigar o que levou ao cancelamento, atraso e desvio de largas dezenas de voos entre quarta e quinta-feira passadas, não só a partir de Lisboa, mas também em aeroportos que tinham o Humberto Delgado como destino.

Segundo uma fonte do setor, contactada pelo Jornal Económico, “a investigação da ANAC não se deve cingir a encontrar os motivos que levaram a esta situação caótica, mas principalmente perceber porque é que um sistema de emergência para uma eventualidade destas não funcionou e evitar que este caso se repita”. O Jornal Económico apurou que depois de falhar o sistema principal de abastecimento de combustível, também não arrancou o sistema redundante, de emergência, e será essa uma das preocupações principais da investigação que a ANAC vai fazer.

O sistema de abastecimento de combustível do aeroporto de Lisboa é assegurado pelo consórcio GOC – Grupo Operacional de Combustíveis, constituído pelas referidas três petrolíferas: Galp, BP e Repsol, as únicas a comercializar em Portugal combustível para viões (jet fuel).

Além das dezenas de milhar de passageiros afetados – algumas estimativas apontaram para mais de 60 mil – os outros grandes prejudicados foram a concessionária do aeroporto, a ANA/Vinci, e as companhias aéreas, com destaque para a TAP.

Em comunicado distribuído ontem ao final do dia, a ANA sublinhava que “decidiu solicitar às autoridades competentes a identificação das causas exatas desta situação anómala”, numa referência implícita à ANAC. Sobre o sistema de abastecimento de combustível aos aviões na Portela, a ANA acrescenta ainda nesse comunicado que a respetiva “exploração e manutenção é incumbência das empresas petrolíferas responsáveis”.

Quanto à TAP, em resposta a questões colocadas pelo Jornal Económico, a companhia aérea nacional esclareceu que “no total, a TAP teve, no dia de ontem [quarta-feira] 36 voos cancelados e 18 voos com escala para reabastecimento em Porto, Faro e Madrid”, acrescentando que “todos os restantes voos” desse dia sofreram atrasos. Mas o Jornal Económico sabe que houve cancelamentos de voos da TAP noutros aeroportos e também no dia de ontem. A TAP diz ainda que “todos os passageiros acabaram por ser afetados”, sem quantificar, e garantindo que “compete a outras entidades, que não à TAP, procurar as formas de garantia de uma não repetição” desta situação anómala.

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