Ontem, no mesmo dia em que o Parlamento Europeu discutiu a questão da Síria, o mundo ficou a saber que a guerra naquele país do Médio Oriente é para continuar: o governo de Al-Assad desvalorizou quaisquer esforços internacionais que pretendam convergir para a assunção de um cessar-fogo rápido e sem condições. As Nações Unidas preparam para a próxima semana mais uma ronda de discussões alargadas sobre a matéria, mas a Síria fez saber que considera esse encontro pouco importante.
A questão síria está no topo da agenda de António Guterres, secretário-geral da ONU – que chegou a ser muito crítico da forma como a União Europeia tratos da questão dos refugiados que chegavam daquele cenário de guerra – mas, pelos vistos não foi condição suficiente para levar o governo de Damasco a encarar seriamente a hipótese de aceitar negociações internacionais tendentes a acabar com o conflito.
Aparentemente, fica apenas de pé a outra hipótese, que várias organizações têm afirmado como evidente: Al-Assad só acabará com a guerra quando tiver calado de vez a oposição ao seu governo. Até lá, vão continuar a ser produzidas atrocidades no terreno – como foi o caso do ataque químico de há algumas semanas, atribuído às forças governamentais, apesar de ter tido como alvo (também) populações civis – e mais populações a precisarem de refúgio e de auxílio de sobrevivência urgente.
O que também parece ficar claro desta falta de entendimento entre a Síria e a ONU é que as potências locais – Irão e Turquia – juntamente com a Rússia (que não pode dizer-se que seja de facto uma potência externa), são as únicas vozes que podem fazer alguma coisa pelo assunto, na tentativa de acabarem com a guerra.
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