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Privatização do Jornal da Madeira (JM) em vias de conclusão

O processo de venda pelo governo regional madeirense do Jornal da Madeira (JM) a um agrupamento constituído pela Radio Girão e pela ACIN, deverá ficar integralmente concluído até meados de Junho, disse ao Económico Madeira uma fonte oficial.
16 Maio 2017, 19h16

O executivo insular vendeu a empresa pública detentora do matutino JM-Jornal da Madeira a um grupo privado, por 10 mil euros, por ter sido o único a concretizar a intenção de compra apesar de terem existido outros interessados que abandonaram a operação.

Os compradores, empresas associadas aos empresários Avelino Farinha e Luís Sousa, assumiram o compromisso de um investimento de 1 milhão de euros no projecto editorial em vias de deixar de pertencer ao setor público e hoje reduzido a pouco mais de duas dezenas de pessoas.

Segundo o governo insular, trata-se do “epílogo de um complexo processo iniciado logo após a tomada de posse deste Governo. Recorde-se que nessa altura, o Governo era obrigado a injetar cerca de 3 milhões de euros anuais como forma de garantir a sobrevivência de um jornal que era, na prática, gratuito, e que se apresentava muito desgastado junto do público e instituições do sector”.

“Um profundo trabalho de recuperação, tanto financeira como de credibilidade foi efetuado desde então, reduzindo em mais de 75% a dependência do acionista, normalizando as relações com órgãos de regulação, nomeadamente a ERC, bem como credibilizando o produto junto do público, com uma linha editorial independente e a conceção de imagem e conteúdos mais atrativos. Simultaneamente decorriam conversações informais com potenciais interessados, até ao momento em que foi aberto, oficialmente, o processo de venda”, sublinha a deliberação governamental.

O agrupamento empresarial privado apresentou uma proposta de compra superior à avaliação independente pedida no início do processo.

Explica o gabinete de Albuquerque que “este agrupamento apresentou um projeto estratégico, com uma forte componente tecnológica e uma aposta na ligação aos nossos emigrantes, comprometendo-se ainda a investir um milhão de euros, dos seus próprios capitais, na modernização do produto”.

“A solidez da proposta e a capacidade financeira dos proponentes conferem o conforto desejado pelo sócio-Governo de que o projeto não só irá manter-se, garantindo a unanimemente desejada pluralidade informativa na Madeira e patamares que só a iniciativa privada pode concretizar”, conclui o executivo.

Com esta venda concretiza-se um dos compromissos eleitorais assumidos por Miguel Albuquerque.

Apoios oficiais aos privados à espera do novo JM

Entretanto o Governo Regional voltou a fixar um novo prazo para a formalização das candidaturas dos meios de comunicação social locais ao programa regional de Apoios à Comunicação Social Privada, MEDIARAM, na expetativa de resolver a tempo o processo de venda do JM.

As propostas podem agora ser entregues até final de Junho.

“Entendeu-se igualmente necessário garantir, indo ao encontro do espírito do MEDIARAM, que a Empresa Jornalística da Madeira, Unipessoal, possa igualmente ter acesso a este programa de apoios, uma vez privatizado o jornal, garantindo a igualdade de oportunidades entre os principais órgãos de informação regionais, o que só pode ser concretizado com o alargamento do prazo de apresentação de candidaturas”.

A venda e privatização do JM ficou fechada a 27 de Abril. A EJM, detentora do título do jornal madeirense, só deverá candidatar-se a apoios atribuídos no quadro das despesas realizadas depois da privatização.

Cada entidade empresarial do setor da comunicação social madeirense só poderá beneficiar de um apoio anual máximo de 300 mil euros.

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