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Obrigações portuguesas, as estrelas da periferia da Europa

Wall Street Journal chama a Portugal uma estrela entre os países da zona euro. Lembra que os juros da dívida pública nacional caíram depois das eleições presidenciais em França e com a aceleração da recuperação económica em Portugal.
31 Maio 2017, 13h39

O rally nas obrigações da zona euro estão a revelar uma “estrela surpreendente”: Portugal, escreve o Wall Street Journal esta quinta-feira. A razão para o estrelato é a descida dos custos de financiamento do país, que tem resultado da aceleração da recuperação económica e da diminuição do risco na Europa depois da vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais em França.

As dívidas públicas europeias têm beneficiado nas últimas semanas de forma generalizada da menor incerteza na região. Portugal não é exceção e, depois de ter sido um dos países mais afetados ao longo de três anos de programa de ajuda externa, está a reagir aos fluxos de capitais que chegam à zona euro.

Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos negociaram esta terça-feira em 3,092% no mercado secundário, o valor mais baixo em oito meses e que compara com os 4,3% atingidos em fevereiro. A longo prazo, a diferença é ainda maior. No pico da crise da dívida soberana, em 2012, as yields das obrigações benchmark alcançaram os 16%.

O gestor de fundos Steven Andrew, da M&G Investments, sublinha que “os factos sugerem que já passaram pelo período de maior sofrimento”, em entrevista ao jornal norte-americano.

No entanto, o WSJ sublinha que Portugal continua a ser um dos links mais fracos na Europa, lembrando que apenas uma das quatro principais agências de rating mantém a avaliação da dívida pública portuguesa acima do nível de lixo. Sem essa avaliação, Portugal perderia o acesso ao programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE).

Apesar disso, a recente recomendação da Comissão Europeia que Portugal abandone o Procedimento por Défice Excessivo tem aumentado as esperanças do Governo que as agências comecem a rever em alta os ratings. Tanto a Moody’s como a Fitch já destacaram que a aceleração do crescimento económico e a diminuição do défice são boas notícias para Portugal, mas avisaram que o país continua com um elevado rácio de dívida pública face ao PIB.

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