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Mercados festejam com Macron reforço do poder em França

Segundo os analistas, os resultados das eleições para a assembleia representam um “importante impulso” para Macron e mais um passo para que o presidente consiga avançar com as suas propostas de reformas económicas e orçamentais.
Emmanuel Macron, head of the political movement En Marche !, or Onwards !, and candidate for the 2017 French presidential election, waves hand during in the first round of 2017 French presidential election at a polling station in Le Touquet, northern France, April 23, 2017. REUTERS/Benoit Tessier
19 Junho 2017, 15h51

A margem pode não ter sido grande, mas o presidente Emmanuel Macron reforçou este domingo o poder em França. O partido do centrista, o Republicains En Marche, conseguiu cerca de 62% dos 577 lugares disponíveis. Apesar de o número ter ficado abaixo do esperado, os mercados celebraram e os analistas viram o resultado como um reforço da estabilidade no país.

“Com uma nova maioria na Assembleia Nacional Francesa, o presidente Macron aumentou as perspetivas de que o parlamento aprove as suas ambiciosas reformas, destinadas a reformar as leis do trabalho e a estimular o crescimento”, avalia a Allianz Global Investors, num nota de research. “Porém, a França enfrenta igualmente algumas duras realidades fiscais que poderão levar algum tempo a corrigir”.

Segundo os analistas, os resultados das eleições para a assembleia representam um “importante impulso” para Macron e mais um passo para que o presidente consiga avançar com as suas propostas de reformas económicas e orçamentais.

“As ações cotadas em França devem beneficiar das reformas económicas de Macron, incluindo em setores como construção, infraestruturas e bancos”, refere a Allianz GI. A bolsa parisiense está esta segunda-feira entre os índices que mais avançar europeus, a subir 1,12% para 5.323,85 pontos.

Os juros da dívida benchmark francesa sobe para próximo de 0,64%, já que o país estava já a beneficiar de uma descida das yields desde as eleições legislativas. “Apesar do otimismo, os investidores de fixed-income não devem esquecer as realidades fiscais que apoiam um spread decente entre a França e a Alemanha”, ressalva.

A agência Moody’s também avaliou positivamente o resultado das eleições, sublinhando que “a maioria absoluta de Macron no parlamento dá à administração um mandato claro para enfrentar os desafios ao crédito francês”, o que permitirá adotar “reformas focadas no crescimento e reduzir gradualmente a dívida para enfrentar os desafios significativos a nível orçamental e económico”.

Quanto aos principais desafios que Macron irá enfrentar, a Moody’s sublinha que o rácio da dívida pública francesa está em quase 100% do PIB e “é pouco provável que desça esta década”, explica a agência.

Adicionalmente, o potencial de crescimento da economia francesa é “relativamente fraco”, com a tendência de expansão a ficar provavelmente abaixo de 1,5% com a ausência de reformas. “A capacidade dos políticos franceses de desenharem e implementarem de forma bem sucedida políticas que impulsionem gradualmente o crescimento e a consolidação orçamental vão determinar a trajetória do rating e do outlook de França a médio prazo”.

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