Roubo em Tancos: Ministro da Defesa responsabiliza chefias militares

Em audição na Comissão de Defesa Nacional, a qual está a decorrer no Parlamento, o ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, sublinhou que “a garantia da segurança dos paióis onde se armazena o equipamento militar é domínio administrativo e de gestão.” Ou seja, insere-se na esfera de responsabilidade dos ramos das forças armadas e não propriamente na esfera do poder político. “Dificilmente se identifica um domínio com natureza mais operacional,” reforço Azeredo Lopes.

Ao prestar explicações sobre o recente furto de material de guerra na base militar de Tancos, Azeredo Lopes afirmou que “existe na lei uma distinção clara entre as questões que cabem à política de coordenação nacional”, isto é, ao próprio ministro da Defesa Nacional, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República. E as outras questões que estão sob a responsabilidade das chefias militares, no domínio da “administração das atividades das Forças Armadas.”

Mas o ministro foi peremptório: “Não deve ser demitido o Chefe do Estado-Maior do Exército”.

O ministro da Defesa Nacional iniciou a sua intervenção com uma tentativa de esclarecer vários “equívocos” que terão sido gerados em torno do roubo de Tancos. Nomeadamente a alegação de que terá desvalorizado o caso. Mas Azeredo Lopes realça que as suas declarações públicas “foram no sentido de o qualificar como grave, sem meias palavras.” Outro equívoco sinalizado pelo ministro consiste no “alegado grave impacto na imagem internacional de Portugal. Mas Azeredo Lopes diz que manteve uma “longa conversa telefónica” com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que terá enaltecido “o crédito e a fiabilidade de Portugal como membro da NATO e velho aliado”, apesar da falha de segurança em Tancos.