O grupo Sonae registou um lucro da ordem dos 71 milhões de euros no final do exercício de 2020, o que representa um decréscimo de 57,3% em relação ao ano anterior, mas a administração do grupo salienta a obtenção de lucros no final de um ano fortemente marcado pela pandemia. O grupo liderado por Cláudia Azevedo enfatiza ainda o facto de a Sonae ter fechado os primeiros nove meses de 2020 com prejuízos de 36 milhões de euros (que comparavam com lucros de 131 milhões no mesmo período de 2019), tendo pior isso conseguido reverter com sucesso essa direção. O EBITDA subjacente manteve-se praticamente estável em 593 milhões de euros.
O grupo indica que os valores apurados para os resultados consolidados ficam definitivamente ‘contaminados’, em grande parte, pelo aumento dos custos associados à pandemia e pela reavaliação dos ativos da Sonae Sierra (nomeadamente os shoppings), que sofreram forte depreciação com os confinamentos.
Por outro lado, o grupo registou um volume de negócios de 6,8 mil milhões de euros no final de 2020, mais 6,8% que no mesmo período do ano anterior. É a faturação mais elevada que o grupo fundado por Belmiro de Azevedo alguma vez atingiu – num quadro em que as vendas online passaram a representar um volume significativo.
Nesse canal específico – muito ‘oleado’ pela pandemia e pelos consequentes e repetidos confinamentos – o grupo Sonae atingiu um volume de negócios de negócios de 480 milhões de euros, mais do dobro do registado, para o mesmo segmento, no ano de 2019. Sonae MC e Worten foram as insígnias em destaque nas vendas online.
Em termos de investimentos, o grupo Sonae regista uma fatura da ordem dos 500 milhões de euros no final de 2020 – mais 26% que no ano anterior, o que implica que a administração considerou que não era a pandemia que iria estancar o normal desenvolvimento do grupo e o crescimento da sua dimensão.
Ainda em termos de investimento, especial destaque para a Sonae MC, que registou a abertura de 90 novas lojas; o reforço da Sonae Sierra; o reforço na NOS; e a aquisição dos restantes 50% da Salsa, empresa do sector têxtil (vendas de vestuário de ganga) de que o grupo já detinha metade do capital.
O grupo avançou uma proposta de dividendo de 4,86 cêntimos por ação, um aumento de 5% face ao ano passado, correspondendo a um dividend yield de 7,4%.
Citada por comunicado enviado à CMVC, Cláudia Azevedo Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, afirmou que “2020 foi um ano diferente. A pandemia Covid-19 impactou cada aspeto das nossas vidas e desafiou-nos enquanto organização. Enfrentámos disrupções profundas em áreas como a saúde e a segurança, o trabalho remoto, as cadeias de abastecimento e a aceleração digital. E não só estivemos à altura do desafio, como nos projetámos para o futuro”.
Por unidades de negócio, o volume de negócios da Sonae MC atingiu um total de 5.153 milhões de euros o que representou um crescimento de 9,6% em termos homólogos, e um aumento das vendas LfL de 6,6%. Relativamente à rentabilidade, a Sonae MC foi capaz de apresentar uma evolução do EBITDA subjacente em linha com o crescimento das vendas, aumentando 10% para 526 milhões, com o crescimento das vendas a mitigar os custos relacionados com a Covid-19.
A Worten apresentou um crescimento de 6,8% em termos homólogos (8,6% LfL), alcançando um volume de negócios total de 1.161 milhões de euros.
Por seu turno, o volume de negócios total da Sonae Fashion ascendeu a 344 milhões de euros, diminuindo apenas 12,2% face ao ano anterior. As vendas online foram fundamentais para este desempenho, tendo duplicado o seu peso no volume de negócios total, passando de 7% em 2019 para 14% em 2020.
A ISRG terminou 2020 com um volume de negócios de 660 milhões de euros (menos 2% em termos homólogos) e um EBITDA de 48 milhões. Já o volume de negócios da Sonae FS ascendeu a um total de 35 milhões de euros em 2020, menos 9,1% face a 2019. Relativamente à rentabilidade, o EBITDA subjacente seguiu a tendência das vendas, cifrando-se em 8,2 milhões.
O portefólio consolidado da Sonae IM ficou ligeiramente abaixo do ano passado em termos de volume de negócios, fixando-se em 115 milhões em 2020, mas registou uma melhoria significativa do EBITDA subjacente quando comparado a 2019 (mais cinco milhões), com quase todas as empresas consolidadas a apresentarem desempenhos positivos face ao ano passado.
O resultado líquido da Sonae Sierra desde o início da pandemia (de abril a dezembro) situou-se em menos 89 milhões de euros, o que conduziu a um resultado líquido anual de negativo em 42 milhões – impulsionado pelo desempenho operacional negativo do portefólio de investimentos europeus e pela redução de 7% do valor dos ativos. Como resultado, o INREV NAV no final de 2020 situou-se em 902 milhões.
Finalmente, a NOS registou receitas de 1.368 milhões em 2020 e um EBITDA de 603 milhões de euros.
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