As empresas familiares devem, como todas as outras, orientar a sua acção suportadas numa adequada gestão de risco “calibrada”  em função do seu objecto social. Nesta, como em muitas outras áreas, as empresas familiares não se distinguem de muitas outras.

Acontece que a sua própria natureza e especificidades, de titularidade de capital, de gestão, de relação entre gestores da família e gestores profissionais e, sobretudo, a preocupação de continuidade e preservação patrimonial, colocam questões específicas de gestão de risco que raramente são abordadas.

Importa, também por isso, abordar tal temática, enfatizando a necessidade que as Famílias detentoras de Empresas Familiares têm de elaborar cartas de risco, tendo em vista as especificidades de cada uma.

A Família Empresária, enquanto tal, deve caracterizar desenvolvida e detalhadamente os seus objectivos e, em consequência, identificar as ameaças e prever os mecanismos de resposta e de manutenção de actividade.

Tendo nós dito que cada situação tem especificidades que obrigam a situações tailor made, seria estulto ensaiar um modelo de mapa de riscos. Parece-nos, porém, que merece a pena referir alguns que pela sua relevância deverão ser ponderados.

Permitimo-nos, por isso, referir os seguintes:

  • Os riscos originados pela sucessão na gestão e pelo processo de afirmação de novas lideranças
  • Os riscos decorrentes de um processo sucessório da propriedade não planeado
  • Os riscos da relação entre gestores profissionais e gestores da família
  • Os riscos criados pelo impacto da incerteza inerente à mudança
  • Os riscos afectivos e emocionais
  • Os riscos de contencioso
  • Os riscos do alargamento da família e da consequente necessidade acrescida de separar família e empresa

Julgamos ser um caminho que só agora começa a ser trilhado. No entanto, o ritmo a que a nossa sociedade evolui impõe a sua rápida abordagem, em nome da sobrevivência e continuidade empresarial.

O autor escreve segundo a antiga ortografia.