O resultado líquido do Grupo Bankinter situou-se no final de Junho em 241 milhões de euros e os resultados antes de impostos nos 331,7 milhões de euros. Estes resultados são, respetivamente, 15,7% e 17,4% inferiores aos apresentados no mesmo período do ano passado.
Mas o banco espanhol salienta que há que considerar que no segundo trimestre de 2016 foram contabilizados resultados extraordinários decorrentes da compra da operação de retalho do Barclays em Portugal, e que também desde esse trimestre se incluem nos resultados do Grupo os dados da atividade em Portugal. Todos estes fatores fazem com que a comparação entre os dois semestres não seja estritamente homogénea.
No ano passado a compra de Portugal deu um badwill ao Bankinter que permitiu um resultado extraordinário que não se repete este ano.
Portugal contribui com 13,6 milhões para lucro do Banco em Espanha
Sem incluir os dados de Portugal, para ser comparável, o resultado líquido do primeiro semestre de 2017 seria de 227,4 milhões de euros, 16,4% superior ao do mesmo período do ano passado.
No que se refere ao Bankinter Portugal, o comunicado diz que os recursos de Clientes atingiram a 30 de junho deste ano os 4.000 milhões de euros, mais 35% que há um ano. O crédito concedido ascendeu a 4.600 milhões de euros, o que representa um crescimento de 4% no mesmo período. A margem bruta desta sucursal neste semestre ficou nos 75,3 milhões de euros e o resultado antes de impostos de 18,8 milhões de euros, diz a instituição.
A instituição não divulga os lucros em Portugal, mas é possível chegar ao cálculo do valor de contribuição dos resultados em Portugal para o lucro consolidado do Bankinter. Portugal contribuiu com 13,6 milhões para os resultados líquidos do Grupo espanhol. Este valor não é no entanto o valor dos lucros em Portugal porque há outras rubricas a contar para o resultado líquido consolidado que não é possível descrutinar nos dados apresentados.
Neste trimestre o Bankinter Espanha mantém a sua posição de liderança em termos de rentabilidade, com um ROE, ou rentabilidade sobre o capital investido, de 12,2%, a mais elevada entre os Bancos cotados em Espanha.
O Bankinter salienta que continua a liderar o ranking do sector em Espanha no que se refere à qualidade dos seus ativos, com uma taxa de incumprimento que desce para 3,74%, face a 4,25% de há um ano. Se se considerarem apenas os dados de Espanha, a taxa situa-se nos 3,34%. Este rácio situa-se em menos de metade da média do sector em Espanha, que em maio se situava nos 8,74%, com uma cobertura sobre o incumprimento de 48%.
A carteira de ativos imobiliários adjudicados (imóveis por recuperação de crédito) continua a ser a mais reduzida do sector em Espanha, diz o banco, com um valor bruto total de 498,2 milhões de euros (55,7 milhões a menos que há um ano), dos quais quase 50% são para habitação. A cobertura sobre estes ativos adjudicados é de 44,1%.
No que se refere à solvabilidade, o Bankinter conclui o semestre com um rácio de capital CET1 fully loaded de 11,3%, e de 11,6% em CET1 phased-in, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, que se situam nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha.
Em relação à sua estrutura de financiamento, destaca-se que o gap de liquidez reduziu em 1.800 milhões de euros desde o início do um ano, situando-se nos 3.600 milhões no final de junho. De igual modo, o rácio de depósitos sobre créditos alcança já os 93,6%, quando há um ano se situava nos 87,1%. O que revela a sua baixa alavancagem.
O Bankinter também não tem vencimentos de emissões obrigacionistas até final deste ano e as que vencem até 2020 – com diferenciais que reduziram significativamente – totalizam 2.200 milhões de euros. Para fazer face a estes vencimentos o Banco dispõe de ativos líquidos no valor de 12.200 milhões de euros e uma capacidade de emissão de obrigações no valor de 7.400 milhões de euros, diz ainda a instituição.
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