[weglot_switcher]

Aly John: Jeans são para sempre… e de luxo

A marca portuguesa, sediada em Guimarães, quer fazer com que um simples par de jeans dure gerações. Alemanha e Reino Unido são os países para onde a empresa mais vende. E o futuro passa pela customização online.
27 Julho 2017, 11h34

Quando vestiu o seu primeiro par de jeans, decorria o ano de 1974. Mas eram poucos os que comercializavam em Portugal. “Os que havia eram básicos, sempre com o mesmo fiting e corte. E eu queria mais. Pedi ajuda a dois tios alfaiates, para que me ajudassem a costurar um par de jeans só meus. Nesse dia apaixonei-me pela arte de fazer calças de ganga, até hoje”, conta Manuel Lamosa, fundador da marca, ao Jornal Económico.

Manuel Lamosa aprendeu as técnicas dos artesãos, viajou pelo mundo e voltou inspirado. “Espanha, França, Inglaterra, Tailândia, Angola, Moçambique, mas foi Itália o que mais me marcou. Lá tive a oportunidade de ver grandes costureiros em ação, isso fez-me crescer como profissional e respeitar ainda mais a arte da costura”.

Em agosto de 2016, apresenta a sua marca de luxo de jeans, a Aly John. A primeira ideia, logo assente, foi a de contrariar a fast fashion. “Os jeans da marca são de valor acrescentado, mas é o valor justo e necessário para conseguirmos confecionar jeans de qualidade. O detalhe, a minuciosa, a precisão de cada costura é algo que se desenvolve com tempo e sem pressas porque nos dedicamos a cada jean de forma individual. Por isso decidi dedicar-me a uma marca de jeans de qualidade, para combater uma lacuna desenvolvida pela industria fast fashion, mas também para dar a oportunidade às consumidoras de terem uma opção de qualidade e ao mesmo tempo sustentável”, diz Manuel Lamosa.

A Aly John surge do entendimento e consenso entre duas gerações de Lamosas: o pai Manuel (que na sua juventude ganhou a alcunha de Aly e o filho João (John). “Com a visão e colaboração do meu filho mais novo, a Aly John começou a ganhar mais estrutura. Começámos a trabalhar na ideia com mais afinco em meados de 2014, definindo qual a estratégia e a melhor forma para lançar este projeto”, explica.

Manuel Lamosa diz partilhar com o filho algumas ideias, colocando-as depois em prática. “É uma boa forma de trabalho em equipa”, diz. E onde vai buscar inspiração?”Um filme, uma música, um livro. Mas inspiramo-nos sobretudo em todas as mulheres, não fosse a Aly John uma marca para mulheres”.

O projeto tem um investimento inicial de 150 mil euros e grande parte da quota foi empregue “no desenvolvimento de protótipos, e na primeira e segunda cápsula, que a propósito será lançada em breve”. Manuel Lamosa refere ainda que o montante abrange também a “contratação de recursos humanos e a comunicação, que são fundamentais para o sucesso da marca. A curto/médio prazo iremos também melhorar e otimizar a plataforma de vendas”, conta.

Para este ano a empresa quer que o “crescimento médio continue a duplicar” já que “em 2016 o crescimento médio de faturação foi de 100% de trimestre para trimestre”, diz.

O mercado internacional é uma prioridade da empresa. “Podemos adiantar que a maior parte das vendas se direciona para Portugal, Alemanha e Reino Unido. Nesse sentido, no próximo mês de julho iremos estar presentes na Ethical Fashion Show Berlim, a fim de estabelecer e consolidar contactos e parceiros internacionais”, adianta o fundador.

O responsável considera que a customização online é o futuro. “É para aí que a marca caminha. Por esse mesmo motivo iremos otimizar a nossa plataforma online, de forma a dar às clientes a possibilidade de darem azo à personalização dos detalhes da sua peça”.

A equipa da Aly John é constituída por sete elementos, sendo que três se dedicam ao trabalho no atelier: Fernanda Lamosa, Conceição Mendes e Filipa Freitas. As restantes, incluindo o CEO e o Criativo, dedicam-se à organização, planeamento e comunicação da marca.

 

 

 

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.