A Maxdata, empresa líder de mercado nacional de software de saúde, acaba de lançar uma nova versão do Clinidata, o seu principal produto, utilizado atualmente em cerca de 200 laboratórios de diagnóstico, nos maiores centros hospitalares do país, incluindo mais de 80% dos hospitais públicos.
Utilizado diariamente por 45 mil profissionais de saúde, o Clinidata é responsável pela realização de mais de 60 milhões de exames todos os anos, envolvendo cerca de sete milhões de pacientes.
A nova versão do Clinidata, que começou a ser desenvolvida em 2011, e que está a ser testada no IPO de Lisboa e no laboratório Vema, na Malveira,é única, uma vez que funciona tanto em laboratórios de pequena dimensão como nos grandes laboratórios, permitindo a incorporação de novas funcionalidades à medida das necessidades de cada centro. O novo Clinidata permite ainda uma migração fácil de softwares anteriores, bem como o mesmo grau de proteção de dados conferido pela anterior aplicação.
“O objetivo da empresa, que tem a sua presença em milhares de equipamentos ligados, é que o novo produto possa pelo menos igualar a presença do anterior”, explicou Paulo Sousa, diretor-geral da empresa, ao Jornal Económico. O empresário revelou ainda a aposta na internacionalização. “Já estamos presentes em Espanha e queremos chegar a outras geografias”.
Revolução na partilha de dados dos doentes
Para além da nova versão do Clinidata, a Maxdata participa atualmente em vários projetos de investigação e desenvolvimento, incluindo três projetos europeus de investigação científica nas áreas da cloud segura e da saúde móvel. Nesta área, está a ser desenvolvido um dispositivo portátil inovador, que permitirá a qualquer pessoa armazenar com segurança os seus dados, incluindo dados de saúde, e sincronizá-los automaticamente com as diferentes unidades de saúde que visita.
Trata-se do PHR – Personal Health Record, um registo de saúde eletrónico pessoal, palpável, seguro e integrado – que permite a qualquer pessoa transportar consigo toda a informação clínica de forma segura, recebida automaticamente após a visita às unidades de saúde onde a informação foi produzida.
A informação assim obtida pode também ser transmitida de forma automática a outras unidades de saúde, sempre que o paciente o autorize. Desta forma, o novo produto resolve vários problemas que afetam o sistema de saúde, no topo dos quais a dispersão da informação clínica por várias unidades de saúde e a consequente falta de acesso a essa informação quando ela é efetivamente necessária.
O PHR cumpre ainda as exigências de confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação clínica incluídas no novo Regulamento Europeu de Proteção de Dados e está preparado para permitir o acesso permanente aos dados de saúde, incluindo em cenários de catástrofe, em que não exista ligação à internet.
Ainda sem data prevista de lançamento, a nova aplicação da Maxidata é o resultado principal de três anos de investigação do projeto Personalised Centralized Authentication System (PCAS): um sistema desenvolvido pela Maxdata em consórcio com outras entidades internacionais, composto por vários componentes, incluindo o Secured Personal Device (SPD), um dispositivo que reconhece o seu utilizador através de vários sensores biométricos, caso de um sensor de nível de stress, para detetar coerção. Fisicamente, o SPD tem o aspeto de uma capa de smartphone.
O SPD reconhece o seu proprietário através de múltiplos sensores biométricos, designadamente o reconhecimento facial e da palma da mão, combinados com a validação de gestos personalizados. Desta forma, o dispositivo é capaz de comunicar de forma segura com serviços online, dispensando a memorização e uso de palavras-passe.
O projeto PCAS, acrónimo de Personalised Centralized Authentication System, resulta de um consórcio internacional que integra sete centros de investigação: Afcon Control & Automation (Israel), Commissariat a l’Energie Atomique et aux Energies Alternatives (França), INESC ID (Portugal), Maxdata Software (Portugal), Norsk Regnesentral Stiftelse (Noruega), O.S. New Horizon (Israel) e Universidad Politecnica de Madrid (Espanha).
No âmbito do projeto de desenvolvimento do SPD estão ainda a ser testadas outras possíveis utilizações do dispositivo, nomeadamente micropagamentos, controlo de acesso e autenticação em campus universitário.
Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.
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