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Alteração na época das inundações fluviais é culpa do aquecimento global, revela estudo

Enquanto em algumas regiões as inundações dos rios anteciparam a sua chegada, noutras regiões foram registados atrasos de cerca de uma semana. Autores do estudo revelam que natureza do terreno e a sua capacidade de reter humidade é a causa da alteração.
10 Agosto 2017, 20h30

Os rios europeus estão a inundar na primavera, o que representa uma antecipação para as regiões ocidental e nordeste e um atraso na região do Mar do Norte e em parte da costa mediterrânea, segundo revelam os dados divulgados, em comunicado, pela American Association for the Advancemente of Science, editora da revista científica Science, noticia a Lusa.

Os dados apontam ainda que as principais mudanças ocorreram na Europa Ocidental, ao longo da costa do Atlântico Norte, desde Portugal a Inglaterra, onde metade das estações hidrométricas assinalaram, num período de 50 anos, uma antecipação das inundações fluviais de no mínimo duas semanas.

Na origem desta antecipação pode estar a natureza do terreno e a sua capacidade de reter a humidade, segundo apontam os autores do estudo, que foi realizado com base em dados recolhidos de mais de 4,200 estações hidrométricas provenientes de 38 países europeus, entre os anos de 1960 e 2010, posteriormente comparados face à quantidade de chuva, a temperatura do ar e a humidade do solo.

O aumento da temperatura originou o derretimento da neve, provocando a antecipação de uma semana das inundações de rios no nordeste da Europa, revelam ainda os dados registados por quase metade das estações hidrométricas, acrescentando que, por sua vez, na região do Mar do Norte, as inundações ocorreram oito dias mais tarde do que o esperado. Os cientistas justificam esta alteração com a precipitação extrema durante o inverno e as mudanças na Oscilação do Atlântico Norte.

Os especialistas advertem, ainda, que a produção agrícola e de energia hidroelétrica, o abastecimento e a gestão de água podem ser prejudicados por estas alterações nas inundações fluviais, conclui a agência de notícias.

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