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Banco Central Europeu preocupado com subida do euro

Na génese das preocupações está a possibilidade de um euro muito forte vir a prejudicar os esforços para restabelecer a estabilidade de preços na zona euro.
17 Agosto 2017, 14h24

Os membros do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram alguma apreensão pela possibilidade da valorização do euro no futuro ter impacto na inflação, segundo a informação divulgada esta quinta-feira relativa à reunião de 19 e 20 de julho.

“Embora tenha sido observado que a valorização do euro até à data pode ser vista em parte como um reflexo das mudanças nos fundamentais da zona euro em relação ao resto do mundo, foram expressas preocupações sobre o risco da taxa de câmbio ter aumentos significativos no futuro “, diz o relato do BCE.

Na génese das preocupações está a possibilidade de um euro muito forte vir a prejudicar os esforços para restabelecer a estabilidade de preços na zona euro. Este é um dos desafios que o BCE enfrenta ao discutir a possibilidade de um abandono gradual do estímulo monetário, numa altura em que a inflação continua abaixo do objetivo previsto pelo BCE.

Com a retoma de economia europeia a consolidar-se, a trajetória da inflação tem sido uma das preocupações para Mario Draghi. O índice de preços no consumidor voltou a desacelerar em julho para 1,3%, face à meta do BCE de uma inflação próxima, mas abaixo de 2%, o que deu levantou dúvidas aos membros do BCE se a tendência ascendente é sustentada.

“O objetivo era que, olhando para frente, o Conselho do BCE precisasse ganhar mais espaço político e flexibilidade para ajustar a política e o grau de acomodação da política monetária, se e quando necessário, em qualquer direção”, refere o relato.

No último encontro, o Banco Central optou por manter a taxa de juro diretora em 0%, um valor mínimo que está em vigor desde março do ano passado. Tal como a taxa de referência, a taxa de juro aplicável à facilidade de depósito também não sofreu alterações e fixou-se nos -0,40%, enquanto a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez se manteve em 0,25%.

O Conselho do BCE salientou que “embora as compras de ativos continuem a ser um “instrumento-chave” caso fosse necessário um ajuste da política. “Neste contexto, também foi sugerido que os efeitos de estoque versus fluxo das compras de ativos sejam considerados”.

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