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UPA Kids prevê crescer 10% até final do ano

A criação das peças da dupla empreendedora de mobiliário infantil é inspirada no método Montessori, que pressupõe que o espaço de aprendizagem esteja adaptado às exigências físicas e psicológicas das crianças.
31 Agosto 2017, 10h30

Patrícia Machado e Gonçalo Valente são os sócios-fundadores da empresa UPA Kids, que surgiu em 2016, através de uma campanha de crowdfunding, como resposta a uma necessidade do casal lisboeta que, com dois filhos, não pretendia continuar a mudar constantemente de mobiliário para que se adequasse à dimensão das crianças.

As peças têm por base um conceito que encoraja o desenvolvimento e a autonomia, sem esquecer a sustentabilidade do Planeta.

A primeira peça foi vendida em março de 2016. No primeiro ano de existência a marca teve uma faturação de 11.357 euros, resultados que superaram as expetativas dos fundadores. “Superou as nossas expetativas o facto de termos angariado 10.196 euros, uma parte importante da faturação de 2016, numa campanha de crowdfunding, onde tivemos 42 apoiantes de nove países diferentes”, diz Patrícia Machado, ao Jornal Económico.

Para este ano, a UPA Kids espera faturar 12.500 euros. “Este é o nosso primeiro ano de atividade. Prevemos fechar o ano com um volume de negócios de 12.500 euros, 10% acima do ano anterior”, refere a fundadora.

Para além de Portugal e França, a UPA Kids tem como mercados-alvo a “Bélgica, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e Suécia”.

Atualmente a UPA Chair e a UPA Desk estão à venda em Portugal e França através de lojas físicas e online e no site da marca. A entrega é feita por uma empresa de correio expresso no local designado pelo cliente, sendo que em Portugal o prazo de entrega é de quatro dias úteis. A montagem fica a cargo do cliente.

“Tomámos a decisão de subcontratar o fabrico dos produtos UPA Kids a uma carpintaria no norte de Portugal, um parceiro que tem o conhecimento e a capacidade tecnológica para o fazer, com o nosso acompanhamento e controlo de qualidade. Desta forma, podemos, nesta fase, dedicarmo-nos às atividades de design e criação de novos produtos, bem como à gestão da marca”. No futuro, acrescenta, “à medida que o portfólio de produtos for crescendo, pretendemos recrutar colaboradores diretos”.

As peças UPA Kids são inspiradas no método Montessori. “O método Montessori consiste num conjunto de teorias, práticas e materiais didáticos criados e idealizados, inicialmente, por Maria Montessori, médica e pedagoga italiana”, explica Patrícia Machado. De acordo com sua criadora, o ponto mais importante do método “é a possibilidade criada pela utilização deste, de se libertar a verdadeira natureza do indivíduo, para que esta possa ser observada, compreendida e, para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário”.

O método pressupõe um ambiente preparado, ou seja, “é importante que o espaço de aprendizagem esteja adaptado às exigências físicas e psicológicas das crianças. Para isso, é fundamental que a mobília seja proporcional ao tamanho delas e que haja tempo e material para que as crianças possam tomar iniciativa para aprender. Assim elas desenvolvem não só o conceito de autonomia mas também de organização”, salienta a responsável.

A UPA Kids está já a idealizar e a produzir novas peças, nomeadamente, “uma mesa e banco evolutivos para os mais pequenos, a partir dos dois anos de idade. Está também a desenvolver um projeto de criação de uma almofada para o assento da UPA Chair, em parceria com a ilustradora portuguesa, Ana Ventura”.

A curto e médio prazo, a empresa quer “ser uma marca reconhecida no mercado do mobiliário de design para crianças na Europa e criar produtos que sejam percecionados como únicos na indústria do mobiliário para crianças pela sua função, design, segurança e durabilidade”.

Sobre as peças, Gonçalo Valente, arquiteto responsável pelo design do mobiliário UPA Kids, acrescenta que é seguida a norma europeia (EN1729) que define os parâmetros apropriados para o mobiliário, de acordo com a estatura das crianças. “Qualidade, conforto e ergonomia que se ajustam à dimensão da criança são as palavras que melhor definem o mobiliário evolutivo UPA Kids”, frisa, em comunicado. Segundo a mesma, para garantir ergonomia, prevenir lesões e desconcentração, é necessário garantir que os mais pequenos estão corretamente sentados ao longo das várias fases de crescimento. No entanto, o mobiliário com dimensões fixas tem um tempo de vida útil máximo, para sentar uma criança pequena, de três anos.

 

 

 

 

 

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