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Catalunha independente seria “um suicídio”, avisa ministro da Economia espanhol

Governo central vai utilizar “todos os meios” para que o Estado de Direito prevaleça no conjunto de Espanha”, reforçando que “não há lugar para uma Catalunha independente”, afirmou Luis de Guindos.
25 Setembro 2017, 18h00

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, disse hoje que a Catalunha “estará melhor com o resto da Espanha”, alertando que a independência seria um “suicídio”, não só do ponto de vista económico, financeiro e político, mas também da convivência da cidadania.

Guindos desvendou, durante uma conferência em Zaragoza, as negociações com um fabricante automóvel que pretende instalar-se em Barcelona, salientando que a questão da independência tem retraído os interessados, noticia o jornal espanhol Expansión.

O ministro explica que o referendo não teve, até agora, consequências na economia catalã, mas adverte que o conflito trava possíveis interesses na região. Guindos relembra que as exportações equivalem a 75% do Produto Interno Bruto (PIB) da Catalunha e estarão sujeitas a uma taxa caso se decida a independência. Por exemplo, no setor automóvel, a taxa seria de 10%.

Fora dos tratados internacionais

Qualquer território de um Estado que se torne independente fica imediatamente de fora dos tratados internacionais assinados pelo país a que pertencia, dizem as normas da União Europeia. Nesse sentido, Guindos recorda que a Catalunha perderá, além dos tratados, o euro como moeda.

Nesta situação, a Catalunha deveria ter sua própria moeda “que seria muito desvalorizada em relação ao euro”, alerta o ministro.

“Todos os meios” para impedir o referendo

O ministro da Economia deixou claro que o governo central vai utilizar “todos os meios” para que o Estado de Direito prevaleça no conjunto de Espanha”, reforçando que “não há lugar para uma Catalunha independente”.

O referendo não se irá realizar por uma questão de legalidade, alerta. “Não devemos esquecer-nos que uma democracia se baseia em dois pilares, as eleições e o respeito pelo Estado de Direito”.

Além da questão da legalidade, “a Catalunha ficará melhor com o resto de Espanha, não só do ponto de vista económico e financeiro, mas também político e social”.

De Guindos defende que é necessário explicar à sociedade que não se pode existir uma Espanha sem Catalunha, nem uma Catalunha sem Espanha. “A Catalunha ficará melhor se continuarmos como estamos, não vejo a Catalunha fora da União Europeia”.

Um referendo ilegal e sem garantias

Luis de Guindos reforça que o referendo que se realizará no próximo dia 1 de outubro “não vai ser legal” já que “contará com todas as carências do ponto de vista das garantias” que devem ter este tipo de convocatórias. “Não vai ser um referendo normal”, avisa.

“Há pessoas que dizem que democracia é votar, e sim, é uma parte importantíssima, mas depois esses votos vão para representantes que aprovam normas e, se alguém viola essas normas, isso é quase tão grave como evitar instrumentalizar umas eleições”.

O ministro recorda que quem está a atuar para impedir o a realização do referendo são os juízes e fiscais, que estão a aplicar a lei “como tem de ser num Estado de Direito”, enquanto o papel do Governo foi recorrer às leis de desconexão e da possibilidade de referendo perante o Tribunal Constitucional.

Na opinião do ministro, quando não existe “razão jurídica”, existem “certos agentes que tentam gerar uma série de épicos”, mas acredita que, no final, a racionalidade e a legalidade “são impostas”.

 

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