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Socialismo perde terreno na Europa. Portugal é excepção, diz El País

Perante os mais recentes resultados eleitorais, o El País traça um retrato de declínio do movimento socialista em toda a Europa, causado pela austeridade e pelo populismo. Portugal é apontado como exceção.
3 Outubro 2017, 12h52

O movimento socialista está em declínio no mapa político europeu, afirma o El País. Para o jornal espanhol, as políticas de austeridade que muitos governos socialistas aplicaram e o surgimento de opções populistas na esfera política distanciaram os eleitores da esquerda moderada. Apenas Portugal parece escapar a esta “maldição”, que em poucos anos retirou os socialistas do poder nos principais países da União Europeia, obrigando a um difícil equilíbrio que lhes permita deixar a “terra de ninguém” em que agora vivem: distanciar-se das políticas conservadoras sem cair na retórica antissistema.

Até há pouco, a esquerda moderada detinha o poder em grande parte do núcleo duro de grande parte do núcleo duro europeu: Alemanha, França, Bélgica e Holanda tinham nos seus executivos (a solo ou em coligação) forças progressistas. Depois da recessão e da crise migratória, desses países apenas resta a Itália, afirma o jornal espanhol, mas com prognóstico muito complicado, uma vez que o Movimento 5 Estrelas – antieuro e antipopulista – tem ganho em intenção de voto, apesar do fraco resultado nas últimas eleições municipais. Um pouco mais longe, também a Áustria resiste, ainda que o poder possa mudar de mãos nas eleições do próximo dia 15 de outubro, tal como acontece com a Suécia (com mudanças mais ou menos repetitivas), República Checa e Eslováquia. Nestes dois países, também cresce a contestação à política de esquerda de acolhimento de refugiados na União Europeia.

Para o El País, os debates da migração e da globalização têm debilitado a posição do socialismo moderado face aos seus eleitores tradicionais: “A globalização apresentou-se como um debate entre abertura e fecho. Os liberais são claros, é preciso abrirmo-nos ao mundo, e os populistas também, ainda que alinham pelo lado oposto da questão. Mas os socialistas têm-se revelado ambíguos”, argumenta Ania Skrzypek, investigadora da Foundation for European Progressive Studies. Para esta analista, o caso de Portugal pode servir como exemplo porque “o Governo “aplicou políticas progressistas sem a inclinação própria de um movimento radical”.

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