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Constança Urbano de Sousa apresenta demissão

A ministra da Administração Interna apresentou a demissão através de uma carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa. “Desde junho de 2017, aceitei manter-me em funções apenas com o propósito de servir o o País e o Governo”, refere a governante na missiva.
18 Outubro 2017, 09h05

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou esta quarta-feira de manhã o seu pedido de demissão por causa dos incêndios que deflagraram em Portugal e que causaram mais de uma centena de vítimas mortais e de sete dezenas de feridos.

Ainda no início da semana a governante tinha recusado a hipótese de sair do Governo. Constança Urbano de Sousa afirmou na segunda-feira que Portugal está a enfrentar uma “propagação extraordinária dos incêndios”, que pode ter “mão criminosa ou mão negligente”. A ministra que seria mais fácil se demitir, face às crescentes críticas à sua atuação, mas assegura que agora é tempo de ações e não de reações. “Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões”, afirmou Constança Urbano de Sousa, questionada sobre se teria ou não condições para permanecer no cargo, à saída de uma reunião na Autoridade Nacional de Proteção Civil.

O anúncio da apresentação de demissão da ministra da Administração Interna foi hoje aceite pelo primeiro-ministro, de acordo com o anúncio feito pelo gabinete de António Costa. “A ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente a demissão em termos que não posso recusar”, diz o primeiro-ministro na nota enviada às redações e avançada pela agência Lusa. No comunicado, António Costa agradece publicamente “a dedicação e empenho com que [a ministra] serviu o País no desempenho das suas funções”.

A demissão de Constança Urbano de Sousa foi enviada ao chefe do Executivo através de uma carta onde a responsável pela tutela da Administração Interna escreve: “Desde junho de 2017, aceitei manter-me em funções apenas com o propósito de servir o o País e o Governo”.”Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi [ao primeiro-ministro], insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão. (…) Pediu-me para me manter em funções, sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposta pela Comissão Técnica Independente”, confessa. A missiva termina com a apresentação formal da sua demissão.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou ontem, num discurso à nação, que espera que o Governo “retire todas, mas todas as consequências de Pedrógão, à luz de todos os relatórios”. O chefe de Estado deixou ainda o apelo ao Executivo de António Costa: que se abra um novo ciclo e que “este obrigará invariavelmente o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo”. Garantiu ainda estar atento e que “exercerá todos os seus poderes para garantir que onde existiu e existe fragilidades, deixará de existir”.

Notícia atualizada às 9h18

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