Com apresentação marcada para a Conferência das Alterações Climáticas das Nações Unidas – em Bona, em novembro –, o mais recente estudo do projeto Bioacid revela que toda a vida oceânica será afetada pelo aumento dos níveis de ácido carbónico na água do mar, resultante da crescente emissão de CO2.
O estudo, que demorou oito anos a ficar completo e contou com a participação de mais de 250 cientistas, revela que serão o aumento da acidez do mar afeta particularmente as espécies durante a infância e dá como exemplo o recrutamento (número de indivíduos que atingem a idade adulta) do bacalhau.
No entender dos cientistas, deverá assistir-se a uma descida deste índice, para mínimos de entre ¼ a 1/12 dos níveis atuais. A descida do recrutamento de bacalhau teria óbvias consequências na capacidade pesqueira dos países de onde Portugal importa o “fiel amigo”, o que afetaria negativamente os preços.
O relatório do Bioacid afirma que algumas criaturas poderão beneficiar diretamente desta alteração química – mas até essas serão afetadas indiretamente pelas alterações que se irão verificar na cadeia alimentar. Ulf Riebesell, que liderou o estudo, afirmou à BBC News que a acidificação oceânica “afeta todas as espécies, apesar de em diferentes graus. Feitas as contas, estas alterações afetarão tudo o que os oceanos nos oferecem”.
A pesquisa revela ainda que a acidificação dos oceanos se agrava com as alterações climáticas, com a poluição, o desenvolvimento costeiro, a pesca excessiva e a utilização de fertilizantes na agricultura. Recorde-se que, desde o início da revolução industrial, o pH médio da águia do mar era 8,2, tendo agora descido para 8,1, o que representa uma descida de cerca de 26%.
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