A Autoeuropa regressou hoje à produção depois de uma paragem de uma semana devido à falta de chips no mercado mundial, confirmou fonte oficial da empresa.
A fábrica portuguesa da Volkswagen arrancou a produção às 07h00 desta segunda-feira, 29 de março.
Este vai ser um regresso em força, estando previsto o regresso dos 19 turnos semanais: 15 durante os dias úteis mais quatro durante o fim de semana, segundo a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, localizada em Palmela, distrito de Setúbal.
“Para já, para a próxima semana, está garantido. Agora é à semana. Vamos ver se o canal do Suez também vai ter influência”, disse ao JE o coordenador da CT, Fausto Dionísio.
A Autoeuropa produz diariamente uma média de 813 automóveis se os 19 turnos semanais estiverem a laborar. Só durante os dias úteis produz 900 viaturas, enquanto são produzidos 620 automóveis em cada um dos dias do fim de semana.
A Autoeuropa esteve fechada entre 22 e 28 de março, deixando de produzir 5.700 unidades.
“Como consequência do agravamento da escassez de semicondutores que afeta globalmente o sector automóvel, a Volkswagen Autoeuropa interromperá a sua atividade na próxima semana”, anunciou a empresa a 22 de março.
A pandemia da Covid-19 provocou um disparo mundial nas compras de consolas de jogos, computadores portáteis e televisões, devido à procura por maior diversão caseira, mas também devido ao teletrabalho e ao ensino à distância.
Isto provocou um esgotar dos chips que, além da indústria tecnológica e de entretenimento, também são usados pela indústria automóvel: um carro pode ter entre 50 a 150 chips.
Estes chips são usados nos automóveis para o sistema de entretenimento, travões, sistemas de assistência ao condutor, painéis digitais, como o velocímetro, sistemas de navegação, e também nos carros elétricos.
Mas agora uma das principais rotas marítimas de comércio a nível mundial está bloqueada e a escassez global de microchips pode piorar.
“Cerca de 10% do comércio marítimo mundial passa no canal do Suez anualmente, incluindo crude, petróleo e gás natural. Isto e mais um problema para o sector global de navegação em cima da atual pandemia”, escreveu o professor de Finanças da Northwestern University Phillip Braun, citado pela “Business Insider”.
Várias companhias de navegação estão a optar por dobrar o cabo da Boa Esperança na África do Sul, mas esta rota pode demorar mais 10 dias.
Tendo em conta a viagem entre Roterdão, na Holanda, e Taiwan, na Ásia: usando o canal do Suez a distância é de mais de 18 mil quilómetros, com a viagem a durar 25 dias. Através do Cabo da Boa Esperança, a viagem é de 25 mil quilómetros, com a duração prevista de 34 dias, segundo uma estimativa apresentada pela BBC.
Mais de 369 navios aguardavam esta manhã ao largo do canal do Suez à espera que o navio Ever Given, da companhia Evergreen, fosse removido do canal marítimo que liga o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho. Entre os navios encontram-se: porta-contentores, petroleiros, metaneiros (transporte de gás natural), ou graneleiros.
Várias empresas de salvamento de navios encontram-se no canal do Suez, com uma extensão de 193 quilómetros, para tentar remover o navio de 200 mil toneladas e 400 metros de comprimento (do tamanho do edifício Empire State Building de Nova Iorque).
Alguns dos países maiores produtores mundiais de chips encontram-se na Ásia: China, Taiwan e Coreia do Sul. As maiores fabricantes a nível mundial são a norte-americana Intel, a sul-coreana Samsung, a Taiwan Semiconductor Manufacturing, a Qualcomm dos Estados Unidos, e a SK Hynix, da Coreia do Sul.
Ao mesmo tempo que o confinamento provocou um disparo nas compras destes equipamentos, várias fábricas na China e em Taiwan, duas das maiores produtoras mundiais de chips, foram obrigadas a fechar durante vários períodos devido à pandemia.
https://jornaleconomico.pt/noticias/nl-segunda-como-os-microchips-obrigaram-a-maior-exportadora-nacional-a-fechar-portas-durante-uma-semana-715850
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