O notário Jorge Silva foi eleito no sábado, em Lisboa, bastonário da Ordem dos Notários, com 51,58% dos votos, anunciou hoje a entidade.
Em comunicado, a Ordem indica que as eleições decorreram ao longo de toda a semana, culminando no sábado com votação presencial, na sede, em Lisboa.
A lista A, liderada por Jorge Silva, notário da Maia (distrito do Porto), que se apresentou a votos com o objetivo de fazer uma “revolução digital no notariado português”, obteve 51,58% dos votos expressos, enquanto a lista adversária obteve 43,7%, dos 380 votos expressos.
Foram ainda eleitos Francisca de Castro (vice-presidente da direção), Constança Oliveira (tesoureira da direção), Lúcia Ataíde e Ana Raquel Simões (vogais) e Patrícia Rizzo Fernandes, Aida Sousa e Ricardo Correia, respetivamente primeira, segunda e terceiro suplentes da lista para a direção.
A lista para o Conselho Supervisor liderada por Cristina Fernandes foi eleita com 54,5% dos votos expressos e a lista para o Conselho Fiscalizador, liderada por Filipa Falcão, foi eleita com 46,9% dos votos expressos.
António Jorge dos Santos Batista da Silva nasceu na Póvoa de Varzim e é notário na Maia desde 2006.
Licenciou-se em Direito em 2004 na Universidade do Minho, e é pós-graduado em Direito e Informática pela Universidade do Minho, mas tem a atividade de advogado suspensa para o exercício do notariado.
Foi vice-presidente da Ordem dos Notários entre 2010 e 2011, e presidente da Associação de Jovens Notários entre 2007 e 2008.
O comunicado da direção da Ordem dos Notários cita Jorge Silva, que refere que “o resultado obtido corresponde à vontade de mudança dos notários portugueses e uma opção por um processo de modernização da profissão sem precedentes”.
O novo bastonário manifesta “vontade de começar a trabalhar o mais rapidamente possível com o Governo e com os demais agentes na reforma de um sistema de justiça que precisa de inovar para corresponder às expectativas legítimas de cidadãos e empresas”.
O agora eleito líder dos notários portugueses acredita que “o futuro do notariado está na desmaterialização” e quer, por isso, fazer uma “revolução digital” que permita agilizar os processos, diminuir a burocracia e tornar a atividade de notário adequada às atuais exigências dos cidadãos, empresas e instituições.
O programa da lista de Jorge Silva defende ainda a ligação de todos os notários em rede e a criação de bases de dados centrais para partilha de informação, num novo ‘site’ da Ordem dos Notários com imagem e conteúdos destinados aos clientes.
O novo bastonário considera “preocupante a situação dos concursos para atribuição de licença que estão a impedir imensos colegas de começarem a sua carreira profissional de pleno direito”.
Para resolver este problema, Jorge Silva propõe que se implementem concursos anuais e universais.
O novo bastonário fundou duas ‘startups’ nos setores da desmaterialização de documentos com preservação do seu valor legal e gestão de identidade digital, e é membro do Grupo de Trabalho Permanente “Informação Documental” da Associação Portuguesa para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI).
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