O enviado especial dos Estados Unidos à Líbia, Richard Norland, revelou que a Casa Branca está em negociações com forças internas na Líbia para apressar a retirada de forças estrangeiras instaladas no país – e que para aí foram durante a guerra civil – até às eleições planeadas para dezembro.
Richard Norland disse que parte da importância das eleições na Líbia é garantir que um governo plenamente autorizado, confiável e legítimo possa pressionar os atores estrangeiros a retirarem as suas tropas. “Será um processo muito impactante, mas não estamos a sugerir que teremos que esperar até ao próximo ano para tentar algum progresso”, disse Norland antes da viagem do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, à 2ª Conferência de Berlim sobre a Líbia, que decorrerá esta semana.
“Há negociações em andamento com alguns dos principais atores com o objetivo de tentar remover alguns dos mercenários”, acrescentou Norland.
Embora a instalação de um governo unificado a partir das eleições nacionais em dezembro seja vistas como a melhor opção para uma solução política duradoura, o processo ainda está repleto de desafios.
A maior parte do território ainda é controlada por grupos armados locais, enquanto que potências externas, nomeadamente a Turquia, não retiraram os seus contingentes, apesar da insistência da ONU e de forças locais nesse sentido – o que tem diretamente a ver, segundo os analistas, com a tentativa de manterem interesses sobre a gestão dos recursos económicos (hidrocarbonetos) da Líbia.
Mercenários estrangeiros invadiram o país ao longo da guerra civil. De acordo com a ONU, atualmente existem cerca de 20 mil forças estrangeiras na Líbia. A maioria está concentrada em torno da base aérea de Sirte al-Jufra mantida pelas forças rebeldes do insurgente Haftar a cerca de 500 quilómetros ao sul da capital, Trípoli, e mais a oeste na região de al-Watiya.
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