Economistas alemães consultados pelo Instituto de Pesquisa Económica (Ifo Institute) exigem que o bloco europeu reforce o combate às alterações climáticas.
De acordo com um inquérito conduzido pela instituição, divulgado esta quarta-feira, 41% dos inquiridos acreditam que ainda há margem para se fazer mais, contra 27% que avalia as políticas ambientais atualmente em vigor, e preparadas para vigorar no futuro, como “apropriadas”. Em contraciclo, 20% acredita que os esforços devem ser reduzidos.
“Os resultados deixam claro: o governo alemão deve responder à nova política climática da União Europeia (UE). Quando o novo Sistema de Comércio de Emissões (ETS) da UE entrar em vigor, o preço nacional do carbono deverá ser abolido ou, pelo menos, reformado fundamentalmente”, refere Karen Pittel, Diretora do Ifo Center for Energy, Climate and Resources.
O ETS, anunciado este mês pela Comissão Europeia, atribui um preço ao carbono e reduz o limite para as emissões de certos sectores económicos a cada ano, tendo ajudado a reduzir as emissões da geração de energia e das indústrias de uso intensivo de energia em 42,8% nos últimos 16 anos. As medidas inserem-se no pacote legislativo “Fit for 55” da UE.
“As emissões de CO2 têm de ter um preço. Pôr um preço no carbono é um instrumento eficaz para obrigar a escolher outras alternativas descarbonizadas. Sabemos que resulta e já ajudou a reduzir as emissões, por isso vamos reforçar e estender à aviação e ao transporte marítimo”, considerou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, no passado dia 14 de julho, altura em que o ETS foi anunciado.
O mesmo inquérito, que consultou mais de 170 docentes universitários dá área, revela que estes economistas discordam quanto aos objetivos que as políticas climáticas devem assumir. Já, 68% pedem que o atual ETS seja expandido para cobrir o aquecimento, enquanto que 17% defende que deve ser criado um um sistema paralelo para estas emissões.
Ainda assim, e de forma geral, 45% dos entrevistados são contra os planos da UE de manter as metas nacionais de redução para todas as emissões que não foram cobertas pelo Sistema de Comércio de Emissões europeu. O mesmo se aplica ao aquecimento e ao transporte. Dos inquiridos, 41% são a favor, enquanto 49% rejeitam os planos da UE de integrar simultaneamente o transporte rodoviário ao comércio de emissões e apertar os padrões da frota. Porém, 39% dos docentes questionados acham que essa é a atitude certa.
A Comissão Europeia propõe o alargamento da taxação do carbono ao sector da aviação, que até agora beneficiou de uma exceção e ainda ao sector marítimo, que assim “contribuirá de uma forma justa para o esforço de descarbonização da nossa economia”. O executivo comunitário estabelecerá também metas para os grandes portos fornecerem eletricidade da rede terrestre aos navios, reduzindo, assim, a utilização de combustíveis poluentes que também prejudicam a qualidade do ar local.
“Precisamos disto”, afirmou Von der Leyen, sublinhando que o CO2 emitido diariamente por um navio equivale a 80 mil veículos nas estradas.
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