Os termos do negócio estavam definidos entre clube e jogador, mas no último minuto o acordo entre Barcelona e Lionel Messi ficou sem efeito por que o novo contrato impediria o emblema catalão de cumprir o ‘fair-play’ financeiro previsto nas regras da primeira liga espanhol de futebol, vulgo La Liga. O presidente do Barcelona, Joan Laporta, afirmou esta sexta-feira não estar satisfeito com a saída de Messi, explicando que não podia “hipotecar” o futuro financeiro do clube. “O Barcelona está acima do melhor jogador do mundo”, disse.
Numa conferência de imprensa, marcada precisamente para explicar a saída do astro argentino da equipa ‘blaugrana’ ao fim de 21 anos, Joan Laporta salientou que também o jogador “não está feliz”, mas “esta é a realidade e não pode ser mudada”. Por isso, a saída de Messi de Camp Nou “é irreversível”. Laporta sublinhou que nem o acordo da La Liga com o fundo CVC Capital Partners, que vai investir 2,7 mil milhões nas competições espanholas e, assim, permitir maior flexibilidade nas regras de ‘fair-play’ financeiro permite a concretização de um novo contrato com Messi.
Laporta, que assumiu pela segunda vez a presidência do Barcelona em março deste ano, explicou que apesar de haver acordo com o jogador – que aceitava reduzir o salário face ao último contrato – a situação financeira do clube não permitia selar o novo vínculo. O dirigente dos culès disse mesmo que o clube está de “mãos atadas”, apontando culpas à gestão “calamitosa” das anteriores direções.
“Primeiro, quero explicar que a situação que herdamos é horrível, a massa salarial representa 110% do rendimento total do clube e não temos qualquer margem em termos salariais. As regras da La Liga preveem um fair-play financeiro e, por isso, não temos qualquer margem. Sabíamos disso, mas quando chegamos ao clube os números que nos foram apresentados, no final de uma auditoria, foram muito piores do que os que nos foram mostrados inicialmente. E é com esses dados que temos de trabalhar”.
Referindo que o clube está a viver acima das suas possibilidades, em termos salarais, o presidente do Barcelona recusou “criar falsas esperanças” sobre a permanência de Messi no clube. “Há um limite de tempo, temos um teto salarial que não podemos passar, a La Liga não deixa ampliar e não podemos colocar o clube em risco”.
Laporta revelou, ainda, que Messi tem outras propostas e opções. Por isso, jogador e Barcelona têm “de enfrentar uma realidade que não se pode mudar.
Segundo o presidente do Barcelona, Messi só poderia continuar no clube se os catalães garantissem que o novo contrato se enquadrava nas regras financeiras da La Liga. Outra forma do argentino continuar, com o novo contrato nos moldes previstos, só seria possível se o o clube “teria de hipotecar direitos audiovisuais do clube durante 50 anos”. Mas isso é impensável para Laporta.
“Não estou disposto a fazer isso. Temos uma instituição com 122 anos de história, que está acima dos jogadores, mesmo do melhor jogador do mundo. Agradecemos-lhe eternamente, mas o clube está acima de tudo. Agora começa uma nova era”, garantiu.
O presidente do emblema catalão fez questão de referir também que o jogador e Jorge Messi, pai e agente de Lionel Messi, sempre tiveram uma postura “corretíssima” em todo o processo negocial, mesmo quando receberam a informação que não seria possível avançar com o novo contrato.
Questionado, ainda, sobre as verbas gastas em novas contratações e de que forma isso impediu a concretização do novo contrato com Messi, Laporta explicou que os valores praticados com transferências e salários enquadravam-se nas regras do ‘fair-play’ financeiro. Já com o contrato de Messi isso não aconteceria.
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