Os trabalhadores do setor privado português poderão obter aumentos salariais médios de 2,2% em 2022, revela o relatório “Salary Budget Planning Report”, da empresa de consultoria, corretagem e soluções Willis Towers Watson, divulgado esta terça-feira, 17 de agosto. No estudo, realizado em junho último, participaram 274 empresas portuguesas.
O aumento previsto representa uma melhoria em relação ao aumento médio de 2,0% registado este ano e, com a inflação de 1,2% projetada para 2022, resulta num aumento em termos reais de 1,0%.
“O número de empresas que preveem congelar totalmente os salários deve cair dos 9,4% este ano para menos de dois por cento (1,9%) em 2022”, adianta o estudo.
Embora, no geral, o mercado laboral dê sinais de fortalecimento após a turbulência causada pela pandemia, há setores mais generosos do que outros. Assim, e de acordo com Willis Towers Watson, os aumentos médios, em 2022, deverão ser de 2,4% nas áreas do ‘hitech’, ‘fintech’ e fabrico. Para as áreas dos produtos de consumo e retalho aponta-se a uma subida de 2,3% e na farmacêutica e Ciências da Saúde de 2,2%. Os trabalhadores dos serviços financeiros são os que terão o aumento mais pequeno: 2,1%.
O estudo da Willis Towers Watson revela igualmente “sinais claros de otimismo e recuperação” entre as empresas empregadoras. Cerca de metade (51%) das inquiridas disseram que as suas perspetivas de negócios estão “acima” ou “muito acima” das expetativas, enquanto apenas 4,0% se manifestaram no sentido oposto, ou seja, abaixo do esperado inicialmente.
Além disso, 26% dizem ter planos para recrutar nos próximos 12 meses, contra 10% que apontam para uma redução no número de colaboradores no mesmo período. Mais de metade (55%) das empresas afirma estar a tentar preencher posições disponíveis na área das vendas, embora a engenharia (36%), as tecnologias de informação (36%) e as funções técnicas qualificadas (33%) também sejam críticas. Em contrapartida, as finanças e os recursos humanos são as áreas de recrutamento menos ativas, com apenas 3% das respostas.
“Apesar dos aumentos resultantes de uma certa recuperação económica à medida que a ameaça da Covid diminui, as empresas precisam de continuar a gerir com eficácia os seus custos fixos durante este processo de retoma. Alguns setores estão a sair-se melhor do que outros, mas as perspetivas em geral são animadoras”, explica Sandra Bento, Talent & Reward Associate Director da Willis Towers Watson.
Em 2021, segundo o estudo, as empresas portuguesas enfrentaram o desafio de motivar e reter o talento, recompensando os melhores desempenhos com um aumento salarial 2,7 vezes superior ao concedido aos colaboradores que tiveram desempenhos inferiores.
O relatório “Salary Budget Planning Report” é elaborado pela área de Data Services da Willis Towers Watson e este ano contou com cerca de 23 mil respostas em 130 países, entre os quais Portugal. Os dados da inflação utilizados nos cálculos são compilados pela Economist Intelligence Unit.
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