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Médico brasileiro dava consultas em Portugal por 350 euros sem estar autorizado para exercer

Victor Sorrentino exerce medicina no Brasil e deslocava-se várias vezes por ano a Portugal para realizar consultas, pagas antecipadamente, revela a “Folha de São Paulo”.
5 Junho 2021, 16h52

Um médico brasileiro oferecia consultas em Portugal por 350 euros sem autorização para exercer em Portugal, revela o jornal “Folha de São Paulo”.

Victor Sorrentino, que se encontra atualmente detido no Egipto acusado de fazer insinuações sexuais a uma vendedora durante as suas férias, deslocava-se duas a três vezes por ano a Portugal, com o pagamento de 350 euros feito antecipadamente para realizar as consultas agendadas previamente.

As consultas tinham lugar tanto em Lisboa como no Porto. Além das consultas, o médico também realizava palestras com grandes grupos, cobrando a entrada nestes eventos.

A página de marcação de consultas foi removida após o “Folha” ter enviado questões sobre este tema.

A Ordem dos Médicos confirmou ao jornal que o profissional não está habilitado para exercer em Portugal. Profissionais estrangeiros só podem exercer em Portugal depois de submeterem os seus diplomas, sendo depois submetidos a exames teóricos e práticos.

O médico surge na página dos Conselhos Regionais de Medicina dos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul como não tendo especialidade definida, segundo a “Folha”. Mas na sua página profissional o médico é descrito como carregando no seu ADN a “relação com a cirurgia plástica. Filho de conceituado cirurgião plástico respirou esta medicina desde cedo e seguiu sua formação especializando-se no Rio de Janeiro”.

Victor Sorrentino conta com 935 mil seguidos na sua página de Instagram. O acesso à conta encontra-se atualmente limitado depois de ter sido detido no Egipto.

As autoridades egípcias detiveram o médico depois de ter feito insinuações sexuais à vendedora egípcia. O Ministério Público egípcio acusa-o de atacar os “valores da família e da sociedade egípcia, violando a vida privada da vendedora e usando uma conta eletrónica para cometer esses crimes”.

O médico é conhecido no Brasil por defender, tal como o presidente Jair Bolsonaro, o uso precoce da hidroxicloroquina e a ivermectina para prevenir a Covid-19, segundo a “Veja”, mas ambos os medicamentos não têm eficácia comprovada contra a doença.

 

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