O anúncio da Defesa norte-americana surge no dia seguinte à França ter solicitado aos EUA que permitam e facilitem a retirada dos cidadãos dos países aliados e de todos os afegãos cujas vidas corram perigo em Cabul, prolongando a operação no aeroporto, com maior coordenação.
O Pentágono está a pedir ajuda às companhias aéreas para disponibilizar aviões para o transporte de refugiados afegãos.
Em causa estão três aeronaves das companhias American Airlines, Atlas Air, Delta Air Lines e Omni Air, duas da Hawaiian Airlines e quatro da United Airlines .
Segundo o porta-voz do Pentágono, John Kirby, citado pela agência AP, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos não prevê um grande impacto nos voos comerciais decorrente da utilização destes 18 aviões.
A mesma fonte refere que os aviões não vão voar diretamente para o Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, mas sim retirar os passageiros de outros pontos de passagem, assim que eles abandonarem a capital afegã.
Entretanto, sete civis afegãos morreram hoje esmagados na multidão perto do aeroporto internacional de Cabul, no meio do caos dos que tentam fugir da tomada de poder pelos talibãs, revelaram forças militares britânicas.
O aeroporto tem sido o ponto de encontro de milhares de pessoas que tentam fugir aos talibãs, que invadiram Cabul há uma semana depois de um avanço relâmpago na tomada do país.
Os Estados Unidos retiraram cerca de 17.000 pessoas do país desde que a operação de resgate começou, em 14 de agosto, incluindo 2.500 cidadãos americanos, disse no sábado o subdiretor de logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Hank Taylor.
Nas últimas 24 horas, cerca de 3.800 pessoas foram transportadas em 38 voos.
Os talibãs conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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