“Terceiras doses podem ser necessárias para populações em risco”, considera OMS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou esta quarta-feira a possibilidade de existir uma terceira dose para as populações mais em risco.

“Terceiras doses podem ser necessárias para as populações mais em risco, onde há a evidência de diminuição de imunidade contra a doença severa e a morte”, afirmou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em reunião de equipa transmitida no Twitter.

Entre os grupos que possam estar visados para esta terceira dose das vacinas aconselhadas por farmacêuticas como a Pfizer ou a Moderna estão os imunocomprimidos. “Como o pequeno grupo de pessoas imunocomprimidas que não responderam suficientemente às suas doses iniciais, ou já não estão a produzir anticorpos”, disse o diretor, esclarecendo os grupos a quem pode ser recomendada a dose de reforço.

No entanto, Tedros Adhanom Ghebreyesus assumiu não quer abordar possíveis terceiras doses para a população saudável e já vacinada. “Por enquanto não queremos o uso generalizado de reforços para pessoas saudáveis que estão totalmente vacinadas”.

A posição da OMS chega depois do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças ter aberto apenas o cenário da terceira dose para pacientes imunodeprimidos, tendo dado o exemplo de pacientes transplantados. “De momento não há absolutamente nenhuma prova que mostre que a terceira dose é necessária para todos. A nossa posição é de que, basicamente, as pessoas que provavelmente nunca responderão ao ciclo de vacinação com duas doses podem precisar realmente de uma terceira dose, mas não como um reforço, antes como uma conclusão do seu ciclo inicial e estou a falar de pessoas que são imunodeprimidas”, afirmou o diretor do departamento de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio, em entrevista à agência Lusa.