A Alemanha está dividida em 299 distritos eleitorais e Angela Merkel foi eleita desde 1990 pelo distrito número 15. Ora, este domingo, a vitória nesse distrito (Merkel já não se candidatava, recorde-se) foi ganho por Anna Kassautzki, representante do SPD.
Entretanto, segundo adiantam os jornais alemães, o SPD parece estar a conseguir consolidar a vitória nas eleições federais deste domingo, à medida a que as contagens vão progredindo. Mas é ainda cedo para que qualquer dos dois partidos que seguem à frente, SPD e CDU, possa assumir a vitória.
As declarações dos candidatos partidários à chancelaria de cada um dos partidos parecem estar a divergir. O social-democrata Olaf Scholz já afirmou que os alemães disseram que não querem continuar a ser liderados pelos democratas-cristãos e que, nesse contexto, não está certo de que deva repetir a grande coligação centrista que dirigiu o país nos últimos quatro anos. Aparentemente, Scholz faz mais fé noutras coligações – das várias que podem servir para os social-democratas liderarem com uma maioria absoluta confortável.
Do outro lado, o democrata-cristão Armin Laschet faz precisamente o contrário e afirmou publicamente que a estabilidade do país não será a mesma se a CDU deixar de fazer parte do elenco governativo. Ainda sem admitir a possibilidade de ter perdido as eleições, Laschet afirmou que “a modernização do país e da sua economia precisa da CDU”.
“Faremos de tudo para formar um governo de liderança conservadora, porque a Alemanha precisa de uma coligação voltada para o futuro, que modernize nosso país. Não se trata de obter uma maioria aritmética, mas de reunir diferentes posições políticas para formar uma coligação. Estou pronto para isso”, disse.
Mas os analistas não lhe deram tréguas: nestas palavras, descobriram uma ténue evidência de que Laschet já percebeu que não vencerá as eleições deste domingo e já está a fazer tudo para não sair da órbita do poder. O problema é que a aritmética é difícil de enganar: o SPD pode não ter de recorrer à CDU para formar um governo de coligação com maioria absoluta em termos de apoio parlamentar.
Esta é, portanto, a primeira grande dúvida da noite – ou talvez a segundo, dado que ainda não é certo qual o partido que ganhou as eleições: irá ou não a CDU fazer parte do próximo executivo?
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