A presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, na Conferência/Webinar – “Riscos e oportunidades de um mercado de capitais digital”, revelou, com base nos dados publicados sobre a literacia financeira dos jovens, que “os jovens são mais propensos ao risco”.
Os dados revelam que os jovens escolheriam investir 23% dos 100 mil euros em ações, um produto com mais risco, e apenas 39% em depósitos (esta percentagem é mais baixa quando comparada com o grupo de idade superior).
A presidente da CMVM revelou ainda que os jovens investem mais em valores mobiliários, criptoativos e crowdfunding. O estudo revela que jovens têm uma tolerância ao risco relativamente maior. Mesmo que a grande maioria (77,8%) detenha depósitos, uma parte considerável detém produtos mais voláteis como produtos estruturados (3,6% versus 1,1%), derivados (2,4% versus 0,4%) e ICO/Crowdfunding (4,8% versus 2,0%).
O inquérito à literacia específica sobre o mercado de capitais financiado pela Comissão Europeia, realizado entre 2020 e o início de 2021, revela ainda que maior escolaridade não se traduz em mais conhecimentos financeiros.
Um olhar sobre a literacia financeira dos jovens portugueses baseou-se um inquérito teve como objetivo caracterizar o perfil do investidor e do não investidor nacional, nomeadamente as suas atitudes, comportamentos e conhecimentos financeiros.
A seleção de amostra decorreu em duas fases: na primeira foram escolhidos aleatoriamente (random route) 9.969 participantes, os quais foram inquiridos acerca dos seus comportamentos e atitudes financeiras, destes 9% eram jovens dos 18-25 anos (31% destes eram investidores). A segunda envolveu 2.207 participantes, aos quais foram colocadas questões de literacia financeira, destes 6% eram jovens (entre 18 e 25 anos).
Os resultados do inquérito à amostra de jovens dos 18 aos 25 anos mostram que a larga maioria é solteiro (85%), quando comparado com o resto dos inquiridos (13%) e a maioria ainda não saíram de casa dos pais, vivendo em agregados familiares com 2,9 adultos em média. Têm um rendimento semelhante ao resto da população e apresentam maior nível de escolaridade.
O inquérito revela que e que “menos de um em quatro compreende totalmente o que é a Euribor e o capital garantido na maturidade”. Apenas 21% dos jovens conhecem o significado de Euribor e 17% de capital garantido na maturidade.
Depois, menos de metade dos inquiridos compreende totalmente o que são juros compostos e variações. Apenas 47% dos jovens acertou no cálculo para estimar o efeito de juros compostos e só 34% acertou no valor final de um investimento sujeito a um choque negativo de 50% seguido de uma valorização de 80%.
Os jovens apresentam menor conhecimento de conceitos menos técnicos como juros simples, risco versus retorno e divisão equitativa.
Sobre a fonte de informação com que baseiam os seus investimentos, o inquérito revela que seis em cada dez jovens procura informação na internet: 60% dos jovens procuram informação na internet (comparando com 43% dos inquiridos não jovens) e 29% junto de amigos e família. O estudo revela ainda que 11% não procura informação (comparado com 15% dos inquiridos não jovens).
Só 28% dos jovens com entre 18 e 25 anos recorre aos jornais como fonte de informação, igual percentagem para o universo de pessoas com mais de 25 anos.
Os jovens também procuram mais informação relacionada com o mercado acionista e a legislação, e menos sobre taxas de juro.
Está a decorrer no auditório da CMVM, Conferência/Webinar – “Riscos e oportunidades de um mercado de capitais digital”, para assinalar o lançamento da Semana Mundial do Investidor de 2021. Estão presentes os representantes dos parceiros da SMI Portugal 2021. A World Investor Week (Semana Mundial do Investidor) é uma iniciativa global promovida pela IOSCO com objetivo de sensibilizar para a importância da educação financeira e da proteção dos investidores.
A conferência conta ainda com a presença de Rodrigo Buenaventura, Presidente da espanhola CNMV (Comissão Nacional do Mercado de Valores); e com dois painéis de debate em que participam Gerri M. Walsh, Vice-Presidente na FINRA (Financial Industry Regulatory Authority) e, entre outros, Diogo Mónica, Presidente do Anchorage Digital Bank.
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