As cidades de Porto e Lisboa terão perdido uma média de dois mil a 5.200 reservas diárias desde a pandemia, respetivamente, revela um novo relatório da Nova SBE sobre o impacto da Covid-19 no Alojamento Local.
A Nova SBE recolheu dados de 2019 e 2020 sobre as reservas, preços médios e receitas para mais de 50 mil propriedades de alojamento. O estudo mostra ainda que os meses de verão de 2020, a época mais alta em Portugal, não conseguiram atingir os valores do ano anterior. Em 2019, Lisboa tinha conseguido atingir 13.611 reservas diárias em Lisboa e 5.839 reservas ao dia no Porto.
“Durante a pandemia, o número de reservas foi negativamente correlacionado com o nível de rigidez das medidas de contenção à pandemia, ou seja, quanto mais rígidas as medidas do Governo, menos reservas eram realizadas”, nota o estudo.
Em termos de preços, o mercado do alojamento local observou uma descida média de quatro euros no preço das reservas desde que a pandemia começou. Nem os meses de verão do ano passado conseguiram recuperar da queda sentida desde o início da pandemia, tendo-se mantido abaixo dos valores de 2019. O relatório adianta que os preços médio das reservas caíram mais no Porto do que em Lisboa.
As receitas para os proprietários do alojamento atingiram ainda números mínimos. “Segundo o cálculo baseado na combinação de reservas e preços, as receitas do Airbnb nas cidades de Lisboa e do Portugal apresentam um padrão de perda semelhante”, explica o estudo.
De acordo com a Nova SBE, estima-se uma perda de receita superior a 113 milhões de euros por conta da pandemia em 2020, enquanto o Porto terá perdido 23 milhões de euros.
Com as quebras de receitas e de reservas, caiu também o imposto entregue aos municípios. O relatório aponta que Lisboa terá perdido 2,8 milhões de euros em receita fiscal no ano de 2020, enquanto para o Porto perspetiva uma perda de um milhão de euros.
Em termos de ocupação dos alojamentos, Lisboa terá perdido 28% e o Porto perdeu 25% desde a pandemia. Numa análise mais profunda aos municípios, a Nova SBE adianta que a freguesia de Santa Maria Maior foi a que sofreu mais com a desocupação, numa quebra de 42,14%, enquanto o Beato sofreu uma perde de 39,98% e os Olivais de 36,25%. O Lumiar e as Avenidas Novas foram as freguesias onde se registaram menos perdas.
No Porto, o Bonfim foi a freguesia mais prejudicada, tendo perdido 36,99% da sua ocupação, enquanto a Campanhã perdeu 27,04% e Cedofeita, Ildefonso, Sé, Miragaia, Nicolau e Vitória perderam 23,25%. Por sua vez, Ramalde, Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Paranhos foram as freguesias que menos perdas registaram.
O estudo evidencia que foi na pandemia que muitos proprietários perceberam “que o negócio do turismo não é rentável”, sendo que num período de quatro meses o número de apartamentos para aluguer de curta duração começaram a desaparecer. De facto, muitos proprietários e gestores de Airbnb deixaram o alojamento de curta duração e começaram a apostar em arrendamentos de longa duração.
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