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Manuel Caldeira Cabral: “Não é possível salvar todos os sectores”

Ex-ministro da economia acredita que a retoma passa por políticas sectoriais e diz que o alargar da base fiscal, com um imposto mínimo global para empresas, deverá permitir que haja uma redução da necessidade futura de aumentar impostos.
16 Abril 2021, 07h35

Manuel Caldeira Cabral foi ministro da Economia entre 2015 e outubro de 2018, na primeira legislatura de António Costa. Em entrevista ao Jornal Económico, defende instrumentos de crédito mistos para as empresas e mais financiamento através de capitalização na retoma. O atual administrador na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões lançou o livro “Construir uma alternativa: a política económica da geringonça e a resposta à crise da Covid-19”, editado pela Dom Quixote. Acredita que um imposto mínimo global para as empresas irá criar mais justiça fiscal, mas está contra subir impostos no atual contexto.

O distanciamento ainda é curto, mas olhando para trás haviam áreas onde teria apostado em políticas diferentes?
Hoje teríamos que fazer diferente no sentido em que, por exemplo, nas startups e nas empresas tecnológicas Portugal já está num patamar diferente e o próprio capital de risco para financiar operações tem que ter maior volume. As startups portuguesas estão a fazer investimentos muito maiores, mas têm que continuar as medidas que fizemos de dinamização do ecossistema. É preciso continuar a haver incentivos a que apareçam novos empreendedores. Isso foi um dos aspetos importante do programa Startup Portugal. Neste momento é muito necessário fazer programas de aceleração das empresas em conjunto com as incubadoras, com as universidades. Hoje em dia as políticas teriam que ser ainda mais diferentes no sentido em que estamos numa crise económica. Por exemplo, o que fizemos no turismo foi muito importante, mas é obvio que hoje são precisas medidas de apoio a este sector diferentes. Enquanto na anterior crise, o turismo foi dos primeiros sectores a recuperar e recuperou com muita força, nesta crise está a ser dos sectores mais afetados. Devemos dar apoios e apoios fortes nestes dois anos para que depois o turismo também dê o apoio que deu já no passado à recuperação económica e à criação de emprego.

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