Nuno Jacinto: “A assunção do risco pelas gestoras é um contributo importante”

A mobilidade elétrica tem mais procura e está mais competitiva, mas ainda tem caminho para fazer e depende, sempre, da decisão do Estado, como explica Nuno Jacinto, diretor comercial da ALD Automotive.

O TCO para os carros elétricos será superior ao dos veículos térmicos?
Uma avaliação na lógica de TCO possibilita decisões conscientes, com base na despesa total referente à utilização de uma viatura. Este é um dos grandes alicerces de apoio aos nossos clientes e a consultoria que oferecemos, tem sofrido evolução, especialmente ao nível das novas tecnologias. Atualmente, podemos referir que existem já veículos elétricos com TCO mais favorável ou de menor custo quando comparados com veículos de combustão interna. No entanto, temos equipas formadas e munidas de ferramentas que permitem analisar estas situações também no médio/longo prazo e será efetivamente uma possibilidade equacionar TCO “superiores”. Se tivermos em conta possíveis aumentos, seja do preço da eletricidade, que tem sofrido incrementos substanciais no nosso país, ou de impostos, se o Estado deixar de isentar estes veículos no que diz respeito à tributação autónoma, IVA e IUC, a dinâmica do TCO pode alterar-se substancialmente.

Como está o mercado corporate a reagir à transformação da mobilidade de térmico para eletrificado?
Todas as novas tecnologias e respetiva transição têm a sua curva de aprendizagem e a assunção do risco por parte das gestoras é um contributo muito importante para um processo de transição como este no mercado corporate. É necessário algum tempo, assim como suporte para entender as situações em que as novas tecnologias trazem, por exemplo, eficiência real ao nível das frotas. É importante referir que os veículos elétricos não devem ser considerados como forma única de mobilidade, o chamado “One size fits all”. O veículo elétrico é a resposta certa para utilizações específicas, assim como os veículos PHEV, híbridos, gasolina ou mesmo a gasóleo e todos eles encaixam num perfil particular. Numa implementação de frota bem-sucedida, os clientes devem ter em conta fatores como o perfil de utilização e aptidão e garantir que estes terão acesso às infraestruturas de carregamento adequadas. Também aqui temos um papel fundamental no acompanhamento, suporte e aconselhamento às empresas, direcionando-as para as melhores soluções existentes no mercado.

O prolongamento de contratos significa indecisão ou inexistência no mercado de veículos necessários às empresas?
O prolongamento de contratos significou uma antecipação por soluções de rápida aplicabilidade. Num período inicial muito incerto, a tendência por menos risco e mais segurança ganhou ênfase, o que fez com que se procurasse direcionar os clientes para soluções win-win, como as alterações contratuais para o ajuste dos contratos à realidade, os prolongamentos, a redefinição de política de viaturas, entre outras opções.

O que explica o crescimento do mercado de renting de usados?
A preocupação e comportamento dos clientes alia-se à nossa principal missão – manter a mobilidade! Este período incerto deu origem à procura de novas soluções, acima de tudo imediatas e flexíveis.
Na ALD Automotive, seguimos uma estratégia de desenvolvimento de produtos que acompanhassem esta necessidade de maior flexibilidade e a boa recetividade do Renting de veículos semi-novos de diferentes segmentos. Oferecemos ao cliente aquilo que procura – ofertas competitivas, flexíveis e de entrega imediata, num produto que assenta numa utilização e devolução sem penalizações finais.