O presidente do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, admitiu este sábado que uma eventual subida antecipada das taxas de juro, devido às pressões inflacionistas que se fazem sentir em todo o mundo, terá impacto nos planos de expansão do grupo hoteleiro. Mas salientou que a empresa está bem capitalizada e conseguirá enfrentar o embate.
O grupo investiu 40 milhões de euros em novos hotéis no Brasil nos últimos anos e pretende abrir novas unidades neste país e em Portugal, incluindo o primeiro hotel Vila Gale nos Açores, em Ponta Delgada. Uma estratégia ambiciosa que poderá ser posta em causa se os bancos centrais forem obrigados a subir os juros mais cedo do que o previsto, dificultando o financiamento de novos projetos.
“Essa é uma preocupação que me deixa acordado a meio da noite”, começou por dizer o empresário, admitindo que taxas de juro mais altas tornarão mais difícil o investimento em novos hotéis, em especial no Brasil.
”No Brasil já se faz sentir [o agravamento das condições de financiamento bancário]. Se os juros subissem para 15% nenhuma empresa conseguirá investir”, disse Jorge Rebelo de Almeida, lamentando que se esteja a assistir a uma subida generalizada dos preços dos combustíveis, dos produtos alimentares e dos materiais de construção. “Muitas vezes isso deve-se apenas a especulação”, defendeu.
Porém, salientou, o Vila Gale tem capitais próprios sólidos e conseguirá enfrentar um eventual agravamento das condições de financiamento.
”No Vila Gale não distribuímos lucros, investimos na empresa”, frisou o empresário, num encontro com jornalistas no âmbito da comemoração do vigésimo aniversário do Vila Galé Fortaleza, o primeiro hotel do grupo no Brasil.
*O Jornal Económico viajou ao Brasil a convite do grupo Vila Galé
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