A vacinação obrigatória poderá estar prestes a tornar-se realidade na Alemanha a partir de fevereiro, ao mesmo tempo que Berlim prepara para aplicar restrições mais duras à população — decisão que tem o apoio de Angela Merkel, a chanceler alemã que abandona o cargo no final do ano.
Merkel, que se encontrou com 16 líderes estaduais da Alemanha esta quinta-feira, 3 de dezembro, acompanhada pelo seu sucessor, Olaf Scholz, para reuniões de emergência sobre medidas mais duras para conter os casos de Covid-19, referiu que a situação epidemiológica era “muito séria” e que seria necessário um “ato de solidariedade nacional” para contrariar a tendência de agravamento, avança o “The Guardian”, esta quinta-feira.
“Entendemos que a situação é muito grave e queremos tomar outras medidas além das já tomadas. Para fazer isso, a quarta vaga tem de ser controlada e isso ainda não foi alcançado”, sublinhou Merkel.
A ainda chanceler disse que o parlamento alemão, o Bundestag, votará primeiro sobre a proposta de tornar obrigatória a vacinação contra a Covid-19, em conjunto com o conselho de ética do país, de forma a emitir orientações formais até o final do ano. Caso a medida seja aprovada, entrará em vigor a partir de fevereiro de 2022.
Tal medida seguiria o exemplo da vizinha Áustria, que planeia tonar as vacinas obrigatórias a partir de fevereiro. A Grécia também anunciou a obrigatoriedade de vacinas para maiores de 60 anos, com pessoas não vacinadas a enfrentarem multas caso não cumpram as regras.
As novas infeções diárias na Alemanha têm quebrado recordes nas últimas semanas, com muitos hospitais a operarem na capacidade máxima ou excedida e forçados a enviar pacientes para tratamento noutros países. As autoridades sanitárias do país registaram 73.209 novos casos nas últimas 24 horas.
Os especialistas atribuíram a quarta vaga à taxa de vacinação relativamente baixa do país, de cerca de 68%, em comparação com vários outros países da UE, como Espanha, que vacinou totalmente 79% da sua população, e Portugal que lidera o pelotão, com 86% da população totalmente inoculada contra a Covid-19.
“Do ponto de vista da medicina intensiva e de emergência, a situação pandémica nunca foi tão ameaçadora e séria como é hoje”, disse a associação de terapia intensiva alemã esta semana, pedindo um drástico endurecimento das restrições.
O governo de saída de Merkel havia anteriormente descartado a vacinação obrigatória, mas a medida desde então ganhou amplo apoio político. “Não temos vacinados suficientes”, disse Scholz após a reunião. “Agora sabemos que isso tem consequências.”
No que a imprensa alemã apelidou de “bloqueio dos não vacinados”, Merkel também anunciou uma proibição geral de entrada em bares, restaurantes, teatros, cinemas e outras instalações de lazer para aqueles que não foram vacinados ou recuperados da Covid-19.
Em áreas onde a taxa de incidência excede 350 por 100 mil pessoas, discotecas e bares serão encerrados e as festas privadas serão limitadas a 50 pessoas em ambientes fechados e 200 ao ar livre – desde que todos os envolvidos tenham sido vacinados ou recuperados.
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